Doação de sangue

Sistema Fecomércio promove campanha de doação de sangue

Por meio da Emserh, Hemomar disponibiliza ônibus para doação de sangue; baixo estoque mostra necessidade de mais doadores

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Ônibus do Hemomar, equipado para a doação de sangue, ficou à disposição para receber doadores (sangue)

São Luís – Com a pandemia da Covid-19 e tantos impactos na rede de saúde, o estoque de bolsas de sangue foi um dos mais afetados, apresentando dados críticos, devido a redução de doadores no Maranhão. Para ajudar na campanha, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA), em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), realizou nesta quarta-feira (20), uma ação de doação de sangue, em São Luís.

Um ônibus equipado para a doação de sangue disponibilizado em São Luís, pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar), permaneceu no estacionamento externo da Federação, que fica localizada no Edifício Francisco Guimarães e Souza, para receber profissionais e todos àqueles que quisessem participar da ação.

Valéria Valtez, funcionária da Fecomércio, aproveitou a oportunidade para realizar uma vontade antiga, e que nunca encontrava tempo. “Eu sempre tive vontade de doar sangue e sei como é importante, mas com a correria do dia a dia nunca tive tempo. Então, essa ação ajuda muito, pois aproxima essa possibilidade da gente’, conta.

A ação, que integra o 2º dia de programação da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) da Fecomércio, conta com o apoio da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), e visa estimular o público interno e externo para importância do ato, além de contribuir para a regulação do estoque de bolsas do Hemomar, que sofreu com a baixa no número de doações após a pandemia de Covid-19.

Baixa no estoque
Ainda em agosto deste ano, o Maranhão teve estoque crítico da tipagem sanguínea AB negativo e O negativo, que é bastante utilizado em acidentes ou quando não se sabe o tipo sanguíneo da pessoa.

O ideal para manter um estoque mínimo seria de 270 bolsas diárias, porém, de acordo com informações cedidas a O Estado, com a mudança de cenário, as coletas caíram para aproximadamente 100.

São Luís, Balsas, Codó, Caxias, Pinheiro, Pedreiras, Imperatriz e Santa Inês são locais no estado do Maranhão disponíveis para receber novos voluntários para doação de sangue e também os veteranos, que já doam de forma assídua. Para quem tem interesse em ser um doador de medula óssea, basta ir numa dessas unidades e fazer o cadastro.

Mudanças com a pandemia
Apesar de não ocorrer coletas em domicílio, o Hemomar disponibilizou o serviço de WhatsApp, no número (98) 99162-3334, para agendamento de coleta e transporte dos candidatos à doação durante a pandemia. Atualmente, o transporte (van) busca grupos de cinco pessoas previamente agendados.

No prédio do hemocentro, outros procedimentos de segurança estão sendo mantidos, como o distanciamento social nas cadeiras. Na entrada, foi montada uma tenda, onde também ficam doadores ou acompanhantes, quando o lado de dentro está com a capacidade recomendada para que não se formem aglomerações.

O Hemomar também informa que aqueles que já foram contaminados com o coronavírus e querem doar sangue devem esperar 90 dias após o tratamento da doença.

Coleta
Cada tubo de sangue arrecadado é distribuído para laboratórios diferentes, para finalidades diversas, como detecção de sífilis, anemia falciforme ou tipagem sanguínea. Os sangues que não dão positivos para sorologia vão para o estoque de doação.

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Além disso, o doador passa por uma Triagem Clínica, que é feita por um médico ou enfermeiro. Nesse momento, ocorre a anamnese, que é a entrevista realizada pelo profissional de saúde durante a realização da consulta. São feitas perguntas relacionadas a sintomas típicos do novo coronavírus ou gripais, como etapa essencial antes da coleta.

Caso o doador alegue sintomas como dor de cabeça, irritação na garganta, febre, coriza, ou algo relacionado ao resfriado e gripe, ele não poderá fazer a doação do sangue.
Em nota a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que houve um aumento significativo no número de doações, porém, ainda não o suficiente para atender a demandas dos hospitais.
A SES pontuou, ainda, que o estoque de bolsas de sangue está em nível crítico para os tipos O- e A+. A média de doações é de 129 bolsas.

SAIBA MAIS

Para doar

Para doar sangue, a pessoa precisar estar bem de saúde, pesar acima de 50kg, não ingerir bebida alcoólica no dia anterior ao procedimento e ter entre 16 a 69 anos. O doador deve levar um documento de identificação oficial com foto. Ademais, é importante dormir bem nas últimas 24 horas.

De acordo com o Ministério da Saúde, é importante:

  • Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue;
  • Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
  • Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
A pessoa será impedida de doar caso:

  • Seja detectado evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;
  • Tenha feito o uso de drogas ilícitas injetáveis;
  • Possua malária;
  • Tenha passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade.
Cuidados

  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres;
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
Perfil do doador

De acordo com as informações cedidas pela SES: 70% dos doares durante a pandemia eram do sexo masculino com a faixa etária entre 18 e 45 anos.

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