Reflexão

HSLZ: profissionais de saúde e as lições da pandemia de covid

No Dia Nacional da Saúde, celebrado hoje, equipe da linha de frente do atendimento a pacientes com sintomas graves do novo coronavírus faz reflexão sobre o trabalho exaustivo durante a crise

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Diretor-geral, Plínio Tuzzolo, com equipe da linha de frente do HSLZ (hslz equipe)

Neste dia 5 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Saúde, criado em 1967 pela Lei de No. 5.352 do Ministério da Saúde e da Educação e Cultura. A data marca o nascimento do sanitarista Oswaldo Cruz, importante personagem brasileiro, com papel destacado no combate e erradicação das epidemias da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do século XX. Ele foi responsável pela criação da Academia Brasileira de Ciências e do Instituto Soroterápico Federal, atualmente conhecido como Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz cujo papel tem sido relevante na atual pandemia, com a fabricação de vacinas para combater a Covid19 no país.

Essa data tem como objetivo a conscientização da sociedade brasileira sobre a importância da educação sanitária, despertando na população o valor da saúde e dos cuidados para com ela. Segundo a Organização Mundial da Saúde esse conceito é bem mais amplo que a mera ausência de uma patologia específica. Para a OMS saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Conceito esse ainda mais difícil de ser vivenciado desde março de 2020, quando o mundo todo foi surpreendido pelas ameaças do novo coronavírus e pelas mortes e sequelas causadas pela nova doença causada por esse vírus, a Covid19.

Para os profissionais da linha de frente da área da saúde, que viram suas rotinas mudarem abruptamente com a pandemia, a missão de salvar vidas e restabelecer a saúde ganhou um novo significado desde então.

No Hospital São Luíz, mais conhecido como HSLZ ou Hospital do Servidor; unidade privada localizada na Cidade Operária e pertencente ao Grupo Mercúrio para o atendimento exclusivo de servidores estaduais contribuintes do FUNBEN, o Dia da Saúde tem gosto especial, de superação, união e de vitória.

Segundo o Diretor Geral do HSLZ Plínio Valério Tuzzolo, foram mais de 2.800 vidas salvas desde o início da pandemia pelas equipes do Grupo Mercúrio, que além do Hospital, contam ainda com unidades ambulatoriais e clínicas e com o Laboratório Lacmar.

“Enfrentamos o momento mais desafiador de nossas carreiras, mas conseguimos manter a garra e o equilíbrio emocional entre todos os nossos 1.500 colaboradores diretos e indiretos; e o mais importante, sem perdermos nenhum deles para a Covid19. Tivemos que superar o medo do desconhecido, os desafios logísticos e de suprimentos, ser criativos e inovadores, responder com velocidade às demandas e sempre trabalhando sob uma enorme pressão. Mas o saldo não poderia ser melhor, sinto que todo nosso time sairá fortalecido dessa pandemia, como grandes vencedores”, disse Tuzzolo.

A coordenadora do CADH e unidades externas responsáveis pelo atendimento ambulatorial do Grupo Mercúrio, Nalva Rodrigues, já se sente uma vitoriosa: “Esse é sem dúvida o momento mais desafiador de toda a minha vida e carreira. Mas apesar de todo o medo e inseguranças emocionais, eu sinto que sairei dessa pandemia mais segura, mais confiante e uma profissional bem melhor. Eu contraí o vírus em abril do ano passado, juntamente com meu marido e filho de nove anos. Passamos juntos a quarentena e não apenas sobrevivemos, mas nos fortalecemos também como família. Saio mais fortalecida espiritualmente também, pois sem Deus nada se consegue”, diz ela emocionada.

Continua após a publicidade..

A diretora médica do Grupo Mercúrio, Dra. Sílvia Mochel, lembra do quanto tem sido desafiador enfrentar uma doença tão nova: “Tanto a minha vida pessoal e profissional sofreram mudanças importantes. O maior impacto pessoal foi ter que ficar distante da família e de amigos, isso foi muito difícil; assim como a vida profissional, que exigiu a adaptação a novas e diferentes rotinas, além de nos obrigar a lutar contra o desconhecido e a termos uma nova realidade, bem difícil de se conviver. Medo, dúvidas e sofrimentos fizeram parte dessa jornada, mas a cada vida salva e a cada paciente com a saúde restabelecida temos a certeza de que tem valido a pena estar nessa linha de frente, com nossas equipes trabalhando com muita determinação e profissionalismo”, pondera a médica.

O médico Francisco Veras, clínico geral do HSLZ, relata que a maior lição desse momento é a valorização do coletivo: “Somos muito pequenos perante a natureza, e sem fé e sem Deus é impossível vencer os desafios impostos por essa pandemia. Nossa maior lição é o valor da união coletiva das diversas equipes multidisciplinares compostas por médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos, nutrição, pessoal da limpeza, enfim todos os profissionais do HSLZ são únicos e fundamentais. Somente juntos e unidos como um só time e que inclui também os pacientes, é que podemos combater e vencer esse vírus”, reflete o médico.

O diretor administrativo do HSLZ, Édem Lúcio Nicolau, concorda que o espírito de união faz a diferença nesse enfrentamento diário contra um inimigo tão desafiador: “Nosso maior desafio tem sido trabalhar contra o desconhecido. Mas isso também fez fortalecer o espírito de união e de coletividade entre nossos times; e com isso conseguimos avançar e combater com êxitos esse inimigo. A grande lição que fica é que sem a coletividade não conseguimos trabalhar com sucesso. E no âmbito pessoal, o medo de perder entes queridos fez a sociedade como um todo, rever suas prioridades nas relações familiares”, defende Édem.

A diretora de Enfermagem do HSLZ, enfermeira Beatriz Rosa compara essa pandemia a uma grande guerra, similar às maiores catástrofes mundiais já registradas em hospitais: “Nossa capacidade de atendimento foi abalada pela grande demanda de pacientes da Covid19. Foi necessária a intervenção de gestores para a ampliação em tempo recorde do nosso espaço físico, e também uma grande remodelação de toda a estrutura do HSLZ, para que esses pacientes de Covid19 não ficassem sem atendimento, e para que fossem atendidos em áreas restritas, para não contaminar outros pacientes. O desconhecimento do vírus foi outro problema, precisamos nos armar de todas as defesas possíveis. As equipes tiveram que reaprender muitas coisas e sair da zona de conforto; desde o uso correto de EPI´s até a melhor forma de lidarmos com doenças infecto contagiosas. O mais importante disso tudo foi a empatia com familiares e paciente, que nos induziram a inovar e a desenvolver ainda mais as nossas práticas de humanização a exemplo da criação do projeto Gestos que Curam. Considero tudo isso um crescimento profissional, e também, pessoal, muito grande. Em suma, tem sido um grande exercício profissional que nos preparou e especializou de forma ímpar”, avalia Beatriz Rosa.

As dúvidas e perdas impostas pela atual pandemia deixam como principal legado a importância, e aos mesmo tempo, a fragilidade da vida humana; assim como o valor de cada profissional multidisciplinar que integra o sistema de saúde.

“Sairemos todos mais fortalecidos. Ao fim dessa pandemia, seremos melhores pois aprendemos a trabalhar mais em equipe, e de forma mais solidária. Nos desprendemos de questões fúteis para focar no que de fato importa. Esse enriquecimento pessoal e profissional será o legado positivo dessa pandemia”, declara Plínio Tuzzolo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.