Brasília - A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível que tem cura. Para descobrir se está infectado, basta fazer o teste rápido gratuito na unidade de saúde mais perto de casa. O exame, disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também detecta HIV, hepatite B e hepatite C. Se não tratada a tempo, a sífilis traz sérias consequências para a saúde, podendo, inclusive, ser fatal.
Prático e rápido, o teste é realizado por profissionais de saúde, que tiram apenas uma gota de sangue da ponta do dedo do paciente para análise do material. O resultado é disponibilizado em até 30 minutos. É simples, rápido, gratuito e seguro.
O tratamento, também ofertado pela rede pública, é feito com o antibiótico penicilina benzatina, um medicamento seguro. Para que a infecção seja totalmente eliminada, o paciente não pode abandonar o tratamento antes do fim.
Entre as infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns no mundo, a sífilis é causada pela bactéria Treponema Pallidum e pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios. No início, pode ser imperceptível e, em alguns estágios, apresentar feridas que desaparecem sozinhas, causando a falsa sensação de cura.
Mesmo assintomática, quando não há sinais visíveis, a pessoa continua transmitindo a bactéria. O indicado é realizar o teste com frequência para diagnosticar a infecção ainda no início e não sofrer com os sintomas e consequências mais graves.
A sífilis também pode ser transmitida durante a gestação, porém, com o diagnóstico no início da gravidez e tratamento adequado, é possível evitar que a infecção seja transmitida para o bebê. De acordo com a coordenadora de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Angélica Miranda, essa é a forma mais preocupante de transmissão da doença porque pode acarretar em graves sequelas como má-formação do feto, aborto espontâneo e nascimento prematuro.
"Um pré-natal iniciado o mais cedo possível e de qualidade permite que a mãe seja diagnosticada e tratada. Assim, podemos impedir a transmissão. É muito importante também testar e tratar a parceria sexual da gestante", disse Angélica.
O Ministério da Saúde recomenda que o teste diagnóstico seja feito em pelo menos três momentos do acompanhamento gestacional:
- Na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no 1º trimestre da gestação);
- No início do 3º trimestre (28ª semana);
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- No momento do parto ou em caso de abordo/natimorto, independentemente de exames anteriores.
Angélica também reforçou a importância de a população sexualmente ativa ir a um posto de saúde fazer o teste. “Apesar de termos diagnóstico e tratamento, ainda é difícil controlar o número de casos”, disse. Só em 2019, foram registrados 152.915 casos de sífilis; em 2018 foram 158.966 casos.
Aperfeiçoamento dos profissionais
De acordo com Angélica, a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde organizou encontros virtuais para manter a qualificação e atualização dos profissionais da saúde mesmo durante a pandemia da Covid-19.
De março a agosto de 2020, foram realizados 16 eventos, abordando os principais temas e capítulos do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Segundo a coordenadora, profissionais capacitados são essenciais, principalmente para diagnosticar corretamente a fase da infecção e orientar o tratamento da doença. O Ministério da Saúde atua permanentemente na disseminação de informação estratégica aos gestores e profissionais da saúde, auxiliando na tomada das decisões. A pasta também faz campanhas de prevenção em todo o país.
Dados de sífilis no Brasil
De acordo como último Boletim Epidemiológico sobre Sífilis, divulgado em outubro de 2020, em 2019 foram notificados 152.915 casos de sífilis adquirida em todo o país, sendo a maior parte das notificações em indivíduos entre 20 e 29 anos (36,2%). Em gestantes, foram 61.127 casos em 2019 e 24.130 casos de sífilis congênita, quando ocorre a transmissão da doença para o bebê durante a gestação.
Quanto aos óbitos, em 2019 foram registradas 173 notificações por sífilis congênita (em menores de um ano). No Brasil, nos últimos 10 anos, houve aumento no coeficiente de mortalidade infantil por sífilis que passou de 2,4 por 100 mil nascidos vivos em 2009, para 7,4 por 100 mil nascidos vivos em 2019. Em 2018, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis foi de 8,9 por 100 mil nascidos vivos.
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