Balança

Balança comercial tem superávit mais baixo para agosto em três anos

O recuo do saldo da balança deve-se ao maior crescimento das importações, que atingiram mais que o dobro das exportações, com a retomada da economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Crescimento das importações voltou a reduzir o saldo da balança

Brasília - O crescimento das importações decorrente da recuperação da economia voltou a reduzir o saldo da balança comercial. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (3) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o país exportou US$ 3,775 bilhões a mais do que importou no mês passado, queda de 32,5% em relação ao resultado positivo de US$ 5,592 bilhões em agosto de 2017. Esse é o superávit mais baixo para o mês desde 2015 (US$ 2,685 bilhões).

Com o resultado de agosto, a balança comercial - diferença entre exportações e importações - acumula superávit de US$ 37,811 bilhões nos oito primeiros meses de 2018. O valor é 21,8% inferior ao do mesmo período do ano passado pelo critério da média diária.

O recuo do saldo da balança deve-se ao maior crescimento das importações em relação às exportações. No mês passado, as vendas externas somaram US$ 22,552 bilhões, alta de 15,8% em relação a agosto de 2017 pelo critério da média diária. Segundo o MDIC, esse foi o segundo maior valor exportado para o mês, só perdendo para agosto de 2011. As importações, no entanto, somaram US$ 18,777 bilhões, alta de 35,3% em relação a agosto do ano passado, também pela média diária.

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, destacou que o país bateu recorde nas exportações de soja, tanto em valor como em quantidade, em agosto. Outros itens, como petróleo bruto, minério de ferro, aviões e plataforma de petróleo, também foram destaque nas vendas externas brasileiras. Desde dezembro de 2016, as exportações têm subido em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Setores

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As vendas de manufaturados puxaram as exportações, com alta de 35,1% em relação a agosto de 2017, com destaque para uma plataforma de petróleo exportada para o Panamá, turbinas e aquecedores e secadores.

As exportações de produtos básicos subiram 16,4%, com destaque para farelo de soja (+46%%), soja em grão (+43,7%) e minério de cobre (+43,1%). As vendas de semimanufaturados, no entanto, caíram 24,2%, puxadas pela retração das exportações de semimanufaturados de ferro e aço (-85,2%), açúcar bruto (-48,3%) e couros e peles (-31,2%).

Em relação às importações, que cresceram mais que o dobro das exportações em agosto, as compras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) aumentaram 158,2% em relação a agosto do ano passado. As importações de combustíveis e lubrificantes subiram 55,4%. As compras de bens intermediários cresceram 16,2%; e as importações de bens de consumo, 13,7%.

No ano passado, a balança comercial fechou o ano com superávit recorde de US$ 67 bilhões, beneficiado pela supersafra e pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). Para este ano, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços manteve a projeção de superávit em torno de US$ 50 bilhões, por causa da estabilização do preço dos bens primários e da recuperação da economia, que impulsiona as importações.

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