Raiva

Atendimento antirrábico no Brasil aumenta 18% em cinco anos

Número de pessoas que procuraram serviços de saúde em busca de atendimento passou de 590 mil em 2009 para 696 mil em 2013

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Vacina antirrábica é uma das primeiras medidas a serem tomadas após mordica de animal contaminado (vacina antirrábica)

SÃO PAULO - Embora rara, a raiva humana ainda é motivo de preocupação para milhares de brasileiros atacados por animais domésticos ou selvagens todos os anos. O número de pessoas que procuraram serviços de saúde em busca de atendimento antirrábico cresceu 18% em cinco anos, passando de 590 mil em 2009 para 696 mil em 2013, segundo dados do Ministério da Saúde.

Boletim epidemiológico divulgado neste mês pela pasta mostra que, nos cinco anos analisados, cerca de 3 milhões de pessoas no país - uma por minuto - foram atacadas por cães, gatos e outros animais, e precisaram de algum tipo de atendimento que diminuísse o risco de contaminação pela raiva.

Vários procedimentos podem ser adotados quando uma pessoa é exposta a uma mordida, arranhão ou outro tipo de contato. Em 50,4% dos casos, foi administrada a vacina antirrábica e feita a observação do animal por dez dias para a verificação de aparecimento de sintomas da doença.

Em 21,7% dos atendimentos, a opção foi apenas pela observação do animal, o que ocorre quando o bicho é conhecido e tem todas as vacinas em dia. Em 15,4%, foi administrada só a vacina, uma vez que nem sempre o animal pode ser observado - principalmente em casos de animais silvestres ou desconhecidos. Em 8%, além da vacina, foi usado soro, que já confere imunidade instantânea para o vírus e costuma ser usada em casos de ferimentos mais graves provocados por animais silvestres.

A região Sudeste teve o maior número de notificações do tipo, com 1,1 milhão de atendimentos, seguida pelo Nordeste, com 807 mil casos. As crianças foram as que mais buscaram atendimento antirrábico. Do total de pessoas que procuraram o serviço de saúde, um terço era menor de 14 anos.

Presidente do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, Tânia Cristina Petraglia ressalta que, mesmo quando o animal tem as vacinas em dia, a melhor opção é imunizar quem foi mordido, principalmente quando o ferimento for no rosto ou nas extremidades. "São áreas que o vírus consegue penetrar com mais facilidade. E a vacina no animal não dá 100% garantia de que ele não vá desenvolver a doença", recomenda.

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