O Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson, patologia neurodegenerativa, crônica e progressiva, que acomete principalmente pessoas idosas e também pode ser encontrada entre os mais jovens, foi celebrado no dia 11 deste mês. Para lembrar a data e nortear as pessoas, o Hospital Universitário da UFMA (HUUFMA) realizou, na manhã de ontem, uma sensibilização, com palestras, distribuição de panfletos e orientações, em frente ao setor de marcação de consultas.
A ação foi coordenada pelo neurocirurgião João Carlos Soares de Sousa, que ressaltou a importância de os pacientes que sofrem da doença se agruparem em comunidades e criarem associações para facilitar o acesso ao tratamento e à coleta de dados sobre a síndrome. Hoje, de acordo com o médico, São Luís, e o Maranhão, não têm dados organizados sobre a doença, o que dificulta a criação medidas para o combate.
Ambulatório
Por causa disso, o HUUFMA resolveu implementar o primeiro ambulatório específico para distúrbios do movimento em São Luís, que recebeu ontem seus primeiros cadastros de propensos pacientes. Como explicou o médico João Carlos de Sousa, às vezes a pessoa tem alguns tremores em partes do corpo e não sabe exatamente o que tem. Por isso, a criação do ambulatório é de extrema importância para a comunidade.
Hoje, as estimativas são de que a cada 100 mil habitantes, 10 a 20 pessoas são acometidas pela doença. Acima de 60 anos, esses dados podem chegar a até 1% de toda a população idosa.
Nesse universo, se encontra a aposentada Paula Francinete Pereira Araújo, de 77 anos. Há dois anos, ela começou a sentir tremores nas pernas. Procurou um médico e foi diagnosticada com Parkinson. Começou a fazer um tratamento e todos os meses sai de sua casa, em Barreirinhas, para a capital. “A criação de um ambulatório como esse facilita, principalmente por causa dos gastos, que vão diminuir”, revela.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson configura-se como a segunda patologia neurodegenerativa mais frequente na 3ª idade, atrás apenas do Alzheimer. Ela ocorre a partir da diminuição intensa da produção de dopamina, indispensável para o funcionamento normal do cérebro. Na falta dessa substância, o indivíduo perde o controle motor, e os movimentos voluntários passam a não acontecer mais de forma automática.
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O quadro clínico compõe-se por quatro sinais principais: tremores, lentidão nos movimentos, rigidez dos músculos e articulações e dificuldades de manter o equilíbrio. É importante ressaltar que quanto mais precoce o diagnóstico, o início do tratamento tende a ser mais rápido, o que garante uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
Não é uma doença fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano. Também não há evidências de que seja hereditária. Apesar dos avanços científicos, ainda continua incurável, é progressiva (variável em cada paciente) e a sua causa ainda continua desconhecida até hoje.
SAIBA MAIS
A doença de Parkinson foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson. Pode afetar qualquer pessoa, mas tende a aparecer mais em idosos. Geralmente a partir dos 50 anos.
Não há nenhum teste específico para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem para a sua prevenção. Os médicos podem recomendar exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico da doença faz-se baseada na história clínica do doente e no exame neurológico.
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