Curtas e Grossas
COLUNA
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José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
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Ben-hur a perder de vista

“Qual filme você assistiu mais de dez vezes e tem vontade de assistir novamente? ”

José Ewerton Neto

 
 

Tivesse eu que apontar 3 filmes marcantes...

“Qual filme você assistiu mais de dez vezes e tem vontade de assistir novamente? ”

Essa pergunta, em uma postagem do   Facebook, despertou-me a curiosidade a ponto de conferir as respostas. 

Acompanhei vários comentários, para mais de 70, que destacaram, para surpresa minha, alguns filmes antigos de minha preferência como Ben-Hur e A noviça Rebelde etc, entre vários outros de produção mais recente 

Tivesse eu que apontar 3 filmes marcantes escolheria um para cada diferente fase da minha vida: Ben-Hur na infância, Dr.Jivago na adolescência e A Primeira noite de tranquilidade, na maturidade. 

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Ben-Hur e Dr.Jivago foram filmes premiados com vários Oscars.   A primeira noite de tranquilidade sequer pertence aos cânones dos críticos de cinema. As razões dessa minha escolha fogem à objetividade dos entendidos em cinema e prende-se às sensações que os cristalizaram em minha memória por diferentes motivos. 

Ben-Hur não representou para minha infância apenas um filme assistido e admirado, mas uma descoberta. O glorioso impacto aconteceu quando descortinei, à vista da tela, cenas memoráveis quase ao alcance da mão: o sofrimento e o combate nas galés; a famosa corrida de bigas, o reencontro do personagem principal com mãe e irmã despedaçadas pela lepra, o milagre e a redenção. 

Ao constatar, porém a ausência de qualquer citação na referida lista a Dr.Jivago, fiquei motivado a fazer o seguinte comentário: 

“Jamais assistiria a um filme dez vezes, a ponto de repeti-lo mais tarde, mesmo sendo Ben-Hur, mas sinto falta, entre os citados, de Dr.Jivago. Para mim, há várias razões para assisti-lo mais de uma vez além da concepção estrutural e cinematográfica intrínseca ao filme: os sedutores olhos verdes da heroína Lara (Julie Christie), a cena antológica de sua incursão em uma festa de ricaços em que ela, plebeia e vestida com andrajos, invade o luxuoso salão para dar um tiro no homem que a prostituía seguida de sua saída triunfal e impactante. A fotografia gélida e sombria, coerente com a opressão dos anos pós- revolução comunista russa. Tudo isso tendo ao fundo a música tema do filme:  o tema de Lara.  Belíssima! 

 

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