SÃO LUÍS - Uma forte declaração do governador Carlos Brandão (PSB) a respeito dos indicadores do Maranhão logo que assumiu o comando do Palácio dos Leões, atingiu o ex-governador e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e abriu nova crise politica no estado.
A ala que há alguns meses pertencia à base governista e que hoje faz oposição a Brandão, ao mesmo tempo em que tenta defender o legado de Dino, passou a atacar o socialista.
O forte embate, concentrado desta vez nas redes sociais e considerado pelo chefe do Executivo como “guerra fria”, fez com que Brandão recuasse em seguida do que falou, apesar de os efeitos terem sido devastadores na relação já desgastada entre os ex-aliados.
“Quando eu assumi o governo, eu vi o negócio com os indicadores do Maranhão. Gente, aquilo me dava agonia, uma gastura, dava até gastrite. Sempre o Maranhão lá embaixo: é o estado mais pobre, é o estado que tem o maior número de pessoas analfabetas, não sei o quê… Rapaz. Eu disse: ‘Não é possível! Vamos tirar o Maranhão desses dados ruins'", disse Brandão ao discursar durante a assinatura da ordem de serviço da segunda etapa de obras da Avenida Metropolitana.
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A reação dos chamados “dinistas” foi imediata. O deputado oposicionista Carlos Lula (PSB) rebateu Brandão e lembrou que o chefe do Executivo fez parte do governo Flávio Dino na condição de vice-governador.
“Alguns aspectos me chamaram muito a atenção na fala do governador que está circulando nas redes. Durante os 8 anos em que foi vice, o Maranhão se desenvolveu. Resultados expressivos que inclusive foram a sua plataforma de campanha, exitosa nas urnas. O que mudou de lá para cá? Parece-me contraditório e enviesado, no momento político que estamos vivendo, tentar distorcer a realidade e se descolar das gestões anteriores. É um insulto à memória dos maranhenses. Não dá pra brigar com os números, governador”, disparou o deputado Carlos Lula (PSB).
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Considerado o braço direito e homem de confiança de Flávio Dino, Márcio Jerry (PCdoB) também se posicionou.
“O caminho foi traçado e passos importantes foram dados com programas como Mais IDH, Escolas Dignas, IEMAs, restaurantes populares, hospitais regionais e macrorregionais, policlínicas, etc”, ressaltou.
Othelino Neto (Solidariedade), por sua vez, se posicionou de forma mais dura. “Ver as políticas públicas serem destruídas e o estado assaltado na cara dura todos os dias. Isso dá agonia, dá uma gastura, dá até gastrite…”, escreveu.
Não foi somente sobre Flávio Dino
Logo depois da forte repercussão, o governador Carlos Brandão afirmou à imprensa que não se referia “somente ao governo Flávio [Dino]” quando criticou os indicadores e a pobreza no estado.
Ele explicou que, “na realidade, o Maranhão tem esse histórico de pobreza”.
Brandão também afirmou que a forte reação dos chamados “dinistas” no episódio tem o objetivo de “aumentar essa guerra fria”.
“Eles [dinistas] fizeram uma análise de que eu estava me referindo somente ao governo Flávio. Com o intuito de aumentar essa guerra fria. Essa postura de bater no meu governo não é de hoje”, pontuou.
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