Brigas de Bolsonaro e Valdemar "sobram" para deputados do MA
Ex-presidente pediu expulsão dos deputados maranhenses Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil; o último parlamentar foi o maior aliado de Bolsonaro no Maranhão nas eleições de 2022
SÃO LUÍS - Os conflitos de interesses dentro do PL entre o presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro acabou “sobrando” para os deputados maranhenses Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil, federais da sigla.
Os conflitos em questão dizem respeito a inclinação que Valdemar vem demonstrando a favor do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para a disputa presidencial em 2026. Com essa possibilidade, Bolsonaro se vê ameaçado e decidiu confrontar o presidente do PL. Mas para isso, precisava de "exemplos" de problemas no partido que Valdemar não “resolve”.
E o exemplo usado é a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Pastor Gil e Josimar de Maranhãozinho relacionado a questões de emendas parlamentares destinadas para São José de Ribamar.
Bolsonaro fala em expulsão de Gil e Maranhãozinho do PL.
Deixando de lado as questões nacionais, Bolsonaro se mostra sem memória e, logo, injusto. Não com Josimar, de quem o ex-presidente tentou mais de uma vez tomar o PL no Maranhão, entregar para o ex-senador Roberto Rocha e por quem não sente a menor simpatia - que é recíproca.
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Mas injusto com o Pastor Gil. Foi o deputado federal maranhense que, em 2022, em um Maranhão mais que inclinado pela candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reuniu por duas vezes mais de 50 mil pessoas em atos pró-Bolsonaro. E desses atos com a presença do próprio Bolsonaro que concorria a reeleição.
O ex-presidente, na época, discursou ao lado de Pastor Gil, agradeceu o apoio e até fez oração ao lado do deputado maranhense. Em uma de suas primeiras agendas presidenciais no Maranhão, Bolsonaro pediu oração ao Pastor Gil em meio aos presentes no ato.
Mais um exemplo de apoio de Gil a Bolsonaro, também em 2022, o pastor foi o único a falar no nome do então candidato a reeleição na convenção do PDT de Weverton Rocha que concorria ao governo do Maranhão na época.
Além da falta de memória e também gratidão, Bolsonaro não pode pedir expulsão de parlamentares do PL por serem investigados por supostos crimes de corrupção já que o seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL), é investigado por rachadinha quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro.
O fato é que Valdemar Costa Neto não expulsará nem Josimar de Maranhãozinho e nem Pastor Gil do PL. Se o partido perder quadros, será o próprio Bolsonaro que, mais uma vez, consegue produzir um conflito partidário como fez com os filhos na época do PSL de Luciano Bivar.
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