A cada movimento da base governista, rompimento se mostra irreversível
Em mais um episódio envolvendo o grupo do governador Carlos Brandão (desta vez a ausência de Felipe Camarão na convenção do PSB) fica mais evidente que as diferenças não serão superadas e que o caminho do rompimento já foi traçado.
SÃO LUÍS - Parece não ter volta mesmo a harmonia no grupo do governador Carlos Brandão (PSB). Se antes se falava somente em fissuras na base governista, não existe exagero algum em se falar em rompimento definitivo faltando apenas ser oficializado para que cada um se posicione abertamente.
Uma demonstração da situação irreversível foi a decisão do vice-governador Felipe Camarão (PT) de não participar da convenção do PSB que oficializou a candidatura do deputado federal Duarte Júnior. E o único motivo foi o fato dele não ter direito a discurso no palco do ato socialista no Castelinho, no domingo, 21.
Na lista de quem teria direito a voz estavam além de Duarte e o governador Carlos Brandão, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB) e a candidata a vice-prefeita, Isabelle Passinho. Os demais não poderia falar por conta do tempo.
Se sentindo desprestigiado, Felipe Camarão decidiu não comparecer. Os aliados mais próximos classificaram de desrespeito com o vice-governador. Outros aliados, como Ricardo Capelli, da direção nacional do PSB, chegou até a ligar para tentar incluir Camarão na lista dos que “teriam voz”.
Mas a chateação do vice-governador vai além de não ter direito a fala. Dentro do PT, o grupo que ele se ligou perdeu a indicação do nome para vice. Camarão e alguns outros do PT tentaram emplacar a vereador Creusamar de Pinho, mas sem sucesso.
Além de não conseguir colocar um nome para chamar de seu, Felipe ainda teve que prender o discurso contra a escolhida do governador para compor chapa com Duarte porque ele, em 2022, usou a mesma tática que Passinho para ser candidato a vice de Brandão.
Essas duas situações, por sinal, vem aliada também a desistência de Felipe Camarão em ser coordenador da campanha e Duarte e o imbróglio sobre o comando da Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
Ao que tudo indica, a crise que teve início pelas bandas da Assembleia Legislativa devido ao descontentamento de alguns deputados dinistas, se voltou agora completamente para o vice-governador, que a cada dia, vê mais distante a possibilidade de, em abril de 2026, assumir o comando do Palácio dos Leões.
Por fim, para os palacianos a ideia é somente uma neste momento: “não podemos esperar até 2026 para oficializar o rompimento”. Sem dúvida, o grupo durou pouco.
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Não queria participar
Apesar de se sentir desprestigiado, na convenção do PSB tinham vários banners com fotos de Felipe Camarão com Duarte, Carlos Brandão e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Felipe, segundo apurou a coluna, foi solicitado um vídeo para que ele passasse a sua mensagem assim como ocorreu com o coordenador da campanha de Duarte, Marcus Brandão.
O vice-governador não quis mandar e preferiu ficar de fora. Os palacianos falaram à coluna que Camarão está se especializando “em causar” em eventos como ocorreu na vinda do presidente Lula a São Luís que ele disse que foi barrado.
Ponto de convergência
E quanto mais se complica a situação da base governista, mais Duarte Júnior se apresenta como ponto de convergência entre o Palácio e os insatisfeitos com o governo.
Na convenção do domingo, Duarte conseguiu reunir os deputados que estão do outro lado da rachadura da base com o governador Carlos Brandão.
Apesar de estarem insatisfeitos com o Palácio dos Leões, os dinistas sabem que Duarte faz parte de um projeto político maior e que já estava planejado. E, por isso, precisam estar juntos agora em 2024.
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