SÃO LUÍS – Os finalistas de 22 torneios regionais de robótica se enfrentam de 28 de fevereiro a 02 de março na etapa nacional do Festival SESI de Educação 2024, que acontece no Parque da Cidade, em Brasília. A delegação maranhense, formada por 72 estudantes do SESI Imperatriz e São Luís, além de equipe técnica e de apoio, embarcou nesta terça-feira (27/02). São 11 equipes formadas por competidores de 9 a 18 anos, disputando pódio e vaga para a etapa internacional em quatro modalidades que vão dos robôs de lego aos robôs industriais, de grande porte.
Os estudantes encerraram os treinos e os últimos ajustes nos robôs e carros de corrida na semana passada depois de meses de treinamento intensivo. Pela primeira vez a delegação do Maranhão participará com equipes nas quatro modalidades. São cinco equipes na categoria First Lego League (FLL), que trabalha com a robótica inspirada em legos e programação em Python, uma linguagem verticalizada em blocos baseada em Scratch; dois grupos competindo pela First Tech Challenge (FTC), que constroem e programam em Java robôs de médio porte, e uma equipe estreando na modalidade First Robotics Competition (FRC), que projeta, constrói e programa em Java robôs de características industriais. Além dessas modalidades, três escuderias projetam carros de corrida em miniatura, partir da modelagem 3D com o Fusion 360, e entram na pista para brigar por pódio na F1 in Schools, competição de nível internacional.
O superintendente do SESI Maranhão, Diogo Lima, relembrou que há alguns anos a escola participou dessa mesma competição com apenas 5 alunos. Hoje já são 72; 11 equipes, sendo 10 do SESI e uma de garagem; quatro modalidades e com uma comitiva total de 92 pessoas. “Esse é um resultado muito expressivo e não apenas em termos de competição, mas fruto de todo o processo educacional que o SESI Maranhão tem implementado em suas escolas”, analisou.
Educação com protagonismo
Na bagagem os estudantes carregam a gana de representar bem o Maranhão e o Nordeste e, quem sabe, garantir vaga para a etapa internacional que acontece em Houston, Estados Unidos. Mas além das premiações especiais e pódios, os estudantes ganham muitos pontos positivos ao longo do processo de aprendizagem da robótica.
“Acho que um dos pontos centrais é a disciplina e a consciência de que eles são os protagonistas do processo de educação, como preconiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Eles buscam o conteúdo, a solução para um problema, analisam, praticam o que aprendem. São alunos focados em objetivos, assim como a vida exige que sejam os grandes profissionais”, comparou Diogo.
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Este ano, a novidade fica por conta da estreia da equipe Colossus, que compete com 10 integrantes na First Robotics Competition (FRC). Na FRC, estudantes do Ensino Médio são desafiados a projetar, construir e programar robôs de tamanho industrial para competir em um jogo de arena, por meio de alianças formadas com outros times que eles conhecem no momento do torneio.
A FRC é a modalidade de competição do torneio de robótica mais próxima do mundo real da engenharia que os estudantes podem chegar. Ao mesmo tempo, os competidores criam uma identidade de equipe, arrecadam fundos, aprimoram as habilidades de trabalho em equipe e promovem ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM) dentro da comunidade local. Os robôs são construídos a partir de um kit de peças, que, em sua maioria, são doadas por indústrias de diversos segmentos.
O técnico da equipe da FRC do Maranhão, Luiz Eugênio, explica que o material, como motor, bateria, polias utilizadas para criar o robô Colossus é o mesmo encontrado em indústrias reais e que essa modalidade exige dos alunos a realização de mais cálculos e noção de engenharia, por exemplo. Pablo Ricardo, 17 anos, é o programador da equipe. Ele conta que levou para a nova modalidade a experiência obtida na First Lego League, mas que a FRC é mais exigente. “Aprendemos a programar com blocos, em Python, algo mais intuitivo. Agora programamos o código do robô em Java, linha a linha”, comparou o estudante.
Digo Lima disse que o SESI é o facilitador desse processo educativo disruptivo do qual os estudantes são os protagonistas. “Ninguém precisa pressioná-los para estarem na escola, para estudarem ou por resultados. Eles optaram em alcançar um nível altíssimo. A cada dia, mais e mais tecnologias são incorporadas ao nosso dia a dia, nas nossas casas, nos nossos carros, nas nossas roupas, nas indústrias, e isso é uma tendência. Esses jovens já são o futuro e estão habilitados a se sincronizar com o mundo que está sendo construído”, analisou.
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