O dinheiro que escapa do Maranhão
Leia a coluna do economista Wagner Matos desta segunda-feira (15).
O Maranhão é um dos Estados que mais recebe programas sociais do país e é o 1º do nordeste. A justificativa é simples, um Estado de economia fraca, que tem na sua maioria, exemplos de tomada de decisão equivocadas e por ter gestores com planejamento de curto prazo (eleitoral).
Mensalmente, deixamos escapar oportunidades de melhorar a economia do Maranhão. Vou citar alguns números oficiais, que vão ajudar a perceber o volume financeiro mensal dos programas sociais federais, as projeções de recebimento são para os meses de maio e junho de 2023.
Além desses programas sociais federais, temos os programas sociais estaduais, como, o Banco de Alimentos, o Vale Gás, PAA-Leite e os Restaurantes Populares. Todos esses programas têm uma característica em comum, que é atender a necessidade de alimentação básica da população maranhense.
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Agora, com esses dados acima e pela realidade observada diariamente, reafirmo que é extremamente necessário dar suporte a esta necessidade da população, mas convido vocês a analisarem comigo o cenário. Sabemos que o Maranhão tem pouca capacidade de produção de produtos da cesta básica, que são os itens mais comercializados em todos os municípios do Estado. Lembrando que, os atacadistas/varejistas, ou seja, o comércio em geral, acabam adquirindo produtos de outras regiões/estados do país para atender uma demanda constante e crescente no Maranhão. Mesmo, com essa injeção de grande volume financeiro mensal dos programas sociais, o efeito na nossa economia é mínimo, porque esse dinheiro acaba gerando benefícios aos governos e populações de outros Estados.
Em resumo, deixamos de aproveitar oportunidades de avançar a nossa economia e principalmente o setor agropecuário local, que têm como atrativos: o clima favorável ao agronegócio, terra barata, mão de obra disponível, demanda interna e externa e melhoria da infraestrutura logística do Estado (rodovias, ferrovias, vias aéreas de carga e portos). O entendimento desses fatos e o amadurecimento dos gestores públicos e privados podem melhorar o rumo da nossa economia. Entretanto, ainda temos que desenvolver e estreitar essa relação do governo estadual com a iniciativa privada para atingir esse objetivo comum, que é o desenvolvimento econômico. Feito isso, haverá oportunidades de atrair mais investimentos, empregos, renda e aumentar arrecadação de impostos no Maranhão, sem elevar a carga tributária.
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