COLUNA
Simplício Araújo
Analista de sistemas e negócios.
Simplício Araújo

O Hidrogênio verde pode alavancar 50 mil novos empregos no Maranhão

Usinas comerciais e projetos pilotos já em andamento pelo Brasil são mapas para o Maranhão extrair todo o potencial dos nossos mais de 30 mil hectares de cana de açúcar.

Simplício Araújo

Atualizada em 02/05/2023 às 23h58

Apontado como melhor alternativa para a descarbonização de setores com alta intensidade de emissões de carbono, como transporte, petroquímico, siderurgia e mineração o hidrogênio verde pode potencializar a cadeia produtiva do etanol e gerar milhares de empregos no Maranhão, principalmente após a triste notícia que o desemprego voltou a subir desde o mês de março por aqui.

Alternativa aos combustíveis fósseis(gasolina e diesel) em veículos leves, caminhões, trens e navios, o hidrogênio verde pode também atuar como energético industrial nas indústrias de cimentos, aço e papel, e celulose; e servir de matéria-prima na siderurgia, produção de fertilizantes e até no tão esperado refino de petróleo no Maranhão.

Usinas comerciais e projetos pilotos já em andamento pelo Brasil são mapas para o Maranhão extrair todo o potencial dos nossos mais de 30 mil hectares de cana de açúcar plantados nas cidades de Coelho Neto, Aldeias Altas, Tuntum, Campestre e São Raimundo das Mangabeiras.

Não se pode descartar as usinas comerciais em torno da área portuária da Bahia de São Marcos, com destaque para os estudos da Vale sobre o assunto, mas a geração de hidrogênio verde, nos moldes do projeto piloto das Empresas Shell, Raízen, Hytron e Toyota em São Paulo, cabe como uma luva ao nosso estado, uma vez que as 5 usinas Maity(Campestre), Agroserra(São Raimundo das Mangabeiras), Alternativa(Tuntum), Itajubara(Coelho Neto) e Bio-Itapecuru(Aldeias Altas) já geram juntas quase 20 mil empregos durante a safra e sofrem com os altos e baixos da pauta de preços internacional do etanol. 

O Hidrogênio Verde poderia ser produzido nas nossas plantas industriais, a partir do etanol, garantindo combustível limpo, por exemplo, toda a frota de mais de 2500 caminhões que transportam soja e milho para o porto de Itaqui, frota de ônibus coletivo da grande ilha, táxis e carros de aplicativo em todo o estado. 

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A regionalização das indústrias maranhenses de etanol facilitaria muito a interiorização do produto para outras indústrias e frotas, como a de máquinas agrícolas e caminhões pesados de todo tipo de carga, uma vez que grandes cidades como Balsas, Imperatriz, Caxias, Teresina estão bem próximas dos canaviais e outras regiões como a mearim, médio mearim, Açailandia, Santa Inês e a capital São Luís poderiam ser atendidas até por via ferroviária.

Em São Paulo a proposta piloto já está em andamento com posto de combustível e ônibus que circula na Universidade de São Paulo-USP. O bio-combustível é fornecido pela Raízen, a tecnologia é desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser. A Toyota deverá disponibilizar o seu modelo Mirai, movido a célula a combustível, para realização dos testes.

O projeto é financiado pela Shell Brasil, por meio da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da ANP, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões, a intenção é escalar o investimento em dez vezes nos próximos anos.

Ao todo, possuímos mais de 50 projetos em andamento pelo Brasil, apenas dez deles já com previsão de mais de 150 (cento e cinquenta) bilhões de reais em investimentos, no Maranhão nenhum anúncio concreto ainda.

O Governo do Maranhão deve focar seus esforços urgente onde realmente pode agir: na desburocratização, na segurança jurídica e no constante combate aos gargalos para atração de investimentos, uma luta que levantamos em 2015 e que não pode ser jamais colocada de lado, pois nossos irmãos maranhenses merecem empregos e oportunidades.

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