Família precisa de ajuda

Viúvo com seis crianças, Walterli perdeu esposa dias após ela dar à luz: “não deram o atendimento necessário”

Lucimar Soares reclamava de fortes dores quando recebeu alta de maternidade de São Luís. Família enlutada mora no Itapera do Maracanã.

Imirante.com

Atualizada em 28/03/2023 às 09h13
Walterli perdeu a esposa Lucimar em fevereiro. (Foto: Arquivo Pessoal)

SÃO LUÍS – No dia 21 de fevereiro deste ano, Walterli Lima Soares, de 50 anos, vivia a alegria de ver nascer seu filho caçula, o pequeno Noah Asafe. Nascido de uma cesariana na Maternidade Marly Sarney, na capital, o garotinho vive na companhia de cinco irmãozinhos e do pai. A mãe morreu dias depois do nascimento dele.

Lucimar Sousa Soares faleceu, aos 29 anos, no dia 28 de fevereiro, dias após dar à luz o sexto filho. “O laudo constatou infecção generalizada”, afirma o viúvo. Walterli conta que após a cirurgia, a esposa passou mais três dias internada na maternidade, onde reclamava de dores cada vez mais fortes.

“Aliava a dor e depois vinha de novo, cada vez mais forte. Foi inchando, não conseguia mais se movimentar bem dentro do hospital. Todos os partos foi tudo bem, mas esse aconteceu o que aconteceu. Os médicos diziam que ela tinha que andar, se não os gases não iam sair. Quer dizer, não deram o atendimento necessário, não viram a situação dela, e minha mulher só piorando. Deram alta pra ela desse jeito, ela com tanta dor, inchada, pálida, sem se alimentar direito, mesmo assim deram alta pra ela”, relata Walterli.

De segunda (27) para terça-feira (28) do mês passado, Lucimar não dormiu bem e até vomitou sangue, segundo Walterli. “A pressão tava baixa, e a gente chama ambulância, e as ambulâncias aqui não vêm. A zona rural aqui é muito mal atendida. Disseram que não tinha ambulância disponível”, ressalta. Desesperado, ele pediu ajuda no posto de saúde do bairro, onde uma enfermeira se dirigiu até a residência da família, mas não pôde fazer muito. Foi necessário, então, conseguir um carro para levar Lucimar com urgência a um hospital de maior porte.

“Com muita luta, a gente conseguiu colocar ela dentro desse carro, e a última palavra que ela me disse foi ‘rápido, bem’. Se a ambulância tivesse vindo, talvez ela tivesse uma chance”, contou emocionado.

Walterli com com filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Walterli mora com a família na Vila Bagdá, na região do Itapera do Maracanã, trabalha como mecânico e precisa de ajuda para conseguir sustentar os seis filhos pequenos. São eles, Mirian Vitória de dez anos; Maria Clara e Maria Helena, gêmeas de sete anos; Mirian Lohana, de quatro anos; Walter Lohan, de três; e Noah Asafe, de um mês. Os cinco maiores estão indo para a escola. Após o falecimento da madrasta, Felipe, filho maior de idade do primeiro casamento de Walterli, é quem tem dado suporte na casa do pai.

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Além disso, o viúvo conta com a ajuda de amigos do bairro, que se mobilizam para não deixar faltar alimentação para a família enlutada. “Eu tô tendo que ser pai e mãe dos meus filhos. Não abro mão dos meus filhos, não dou pra ninguém”, afirma o pai.

Contato para doações: (98) 991263438 - Walterli

O Imirante procurou a assessoria de Comunicação do Governo do Maranhão para buscar um posicionamento. Nessa segunda-feira (27), a reportagem obteve uma resposta. Veja a nota enviada:

"A Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclarece que a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão adotou todas as manobras técnicas e de segurança antes, durante e após o procedimento cirúrgico realizado no dia 21 de fevereiro.

A unidade ressalta que a paciente recebeu alta após exames laboratoriais e de imagem terem atestado quadro positivo de recuperação. Ainda segundo a unidade, a paciente foi atendida quando retornou com sinais de choque hipovolêmico e, mesmo com toda a assistência necessária, não resistiu.

Por fim, a SES se solidariza com os familiares nesse momento de dor".

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