11 de março: homenagem à Rosa Mochel
Com esse objetivo, vou prestar essa singela homenagem, contando um pouco da história e biografia de uma valorosa mulher maranhense do século XX, a educadora e escritora Rosa Mochel.
Ainda na esteira das merecidas homenagens do Dia 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres e do menos conhecido, dia 11 de março (em homenagem ao nascimento de Maria Firmina dos Reis), Dia da Mulher Maranhense, gostaria também de render nossas mais honrosas e sinceras homenagens às mulheres. À sua luta histórica e secular por direitos, igualdade de participação e oportunidades entre os gêneros.
Com esse objetivo, vou prestar essa singela homenagem, contando um pouco da história e biografia de uma valorosa mulher maranhense do século XX, a educadora e escritora Rosa Mochel. Para que mais pessoas possam conhecer sua história, sua luta; sua contribuição e legado para o Maranhão, nas mais diversas áreas que militou e atuou.
Rosa Mochel Martins, mais conhecida como Rosa Mochel foi uma professora, escritora, historiadora, geografa, engenheira agronômica e ambientalista maranhense. Ela nasceu no dia 19 de janeiro de 1919, em Humberto de Campos, Maranhão e era filha de José Augusto da Silva Mochel e Ercília Rodrigues Mochel. Foi casada com o também professor, Ezelberto Martins, seu grande companheiro. Rosa faleceu no dia 2 de fevereiro de 1985 em São Luís, aos 66 anos.
Rosa Mochel, era bacharel e licenciada em história e geografia pela então Faculdade de Filosofia de São Luís (1958/1961) e também era engenheira agronômica, a primeira mulher formada nessa área no Maranhão (1935/1938). Foi professora de geografia em várias escolas da educação básica de São Luís, como o Liceu Maranhense, Colégio São Luís, Colégio Rosa Castro, Escola Técnica (atual IFMA), entre outras. Exerceu também o magistério superior, sendo professora da Universidade Federal do Maranhão e da Federação das Escolas Superiores do Maranhão (FESM), esta, antecessora da UEMA. Também foi Secretária de Educação e Ação Comunitária do Munícipio de São Luís (1971/1974), onde realizou uma excelente gestão.
Como geógrafa, auxiliou o renomado geógrafo, astrônomo e engenheiro maranhense e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, o Dr. José Eduardo de Abranches Moura na elaboração da "nova Carta do Estado (1939)". Rosa, ainda executou estudos das linhas divisórias e demarcações dos municípios de Coelho Neto, Buriti, Urbano Santos, Colinas, Pedreiras, entre outros. Foi ainda, Geógrafa do Estado do Maranhão (1940); presidente da Comissão de Toponímia para a conservação do patrimônio histórico de São Luís (1973/1974); além de ter ocupado cargos de assessoria técnica em vários órgãos do estado.
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Foi membro da Sociedade Brasileira de Agronomia; Sociedade de Engenheiros Agrônomos do Maranhão; Clube de Engenharia do Maranhão; do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e membro efetivo (1978/1985) do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, onde ocupou a cadeira de número nove, patroneada por Bernardo Pereira de Berredo e Castro. Sua importância foi fundamental na fundação e organização de várias entidades nas áreas que atuou, como por exemplo, o CREA/MA, do qual foi um dos fundadores.
Publicou vários trabalhos sobre agronomia, folclore, geografia e história, mas, o mais conhecido e que embora com uma proposta didática e de divulgação, traz muito conhecimento sobre o Maranhão, é o famoso livro: "Conheça o Maranhão" de 1971, editado pelo Sioge. Em 2019, no ano do seu centenário, tivemos a honrar de prefaciar a segunda edição fac-símile dessa obra, coeditada pela editora da UEMA e a Viegas Editora. Esse trabalho, que pela sua qualidade, fez muito sucesso nas escolas da educação básica maranhense na década de 1970. É um livro que ela escreveu para juventude maranhense e que segundo ela menciona, em sua apresentação, representa um diálogo sobre o Maranhão a partir de suas experiências vividas, seus estudos e pesquisas realizadas.
Em “Conheça o Maranhão”, a autora, “sem formalismo,” tenta transpor didaticamente seu conhecimento e aprendizado adquirido sobre o Maranhão. Esse livro representa, exatamente isso, que o título sugere, uma proposta de uma visão panorâmica, sucinta, crítica e de linguagem fácil, que fizesse com que o alunado pudesse ter essa visão geral sobre o seu estado. Que pudesse realmente, através do seu livro, conhecer o estado do Maranhão, sua história, sua geografia, sua agropecuária, sua cultura e seu desenvolvimento econômico e social. Enfim, neste trabalho, Mochel, faz um agradável passeio pela história do Maranhão, desde o século XVI até o início da década de setenta do século XX.
Ao perceber que em alguns estados e até mesmo em outros países, se faziam grandes festas agrícolas com os principais produtos típicos de sua região, como forma de gerar trabalho, renda e empoderamento à comunidade. Rosa resolveu criar junto com a comunidade do Maracanã, a hoje tradicional “Festa da Juçara,” numa reconhecida área produtora dessa fruta, onde mantinha um sítio. Com sua sensibilidade peculiar, fundou ainda o “Centro de Arte Japi -Açu,” localizado no Diamante, que tem como objetivos principais, despertar na juventude, seus talentos e aptidões artísticas e culturais. Fundou também a Casa de Alice e o colégio Japi- Açu no Anjo da Guarda.
Entre as homenagens que lhes foram feitas, Rosa é patrona de uma escola da Rede Pública Municipal de São Luís, localizada no Bairro da Vila Embratel. O auditório do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, leva seu nome. E com justiça, a Arena do Parque da Juçara, tem o seu nome. Rosa foi uma grande mulher maranhense, que tanto contribuiu para educação, para o conhecimento e o desenvolvimento do Maranhão no seu tempo e deixou um importante legado. Plantou importantes frutos na nossa sociedade, entre os nossos homens e mulheres e seus ex-alunos, portanto, merece ser lembrada e ter seu lugar na história do Maranhão.
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