Análise

Carnaval do Maranhão precisa de mais cuidado do Poder Público e mais educação por parte da população

Sem barreiras de fiscalização, brincantes do carnaval em São Luís não se preocuparam em cumprir a regra de não usar garrafas de vidro no meio do corredor da folia; vidas foram colocadas em risco.

Carla Lima/Ipolítica

Atualizada em 22/02/2023 às 11h12
O carnaval do Maranhão pode entrar nos grandes circuitos das festas de momo do Nordeste, mas precisa de atenção do poder público e educação por parte da população (Foto: Reprodução)

SÃO LUÍS - O que mais se fala neste Carnaval de 2023 é que no Maranhão foi um sucesso a festa momesca. Na verdade, em São Luís, já que os movimentos principais se deram na capital maranhense. Atrações mais diversas e dois circuitos que levaram milhares de pessoas à Avenida Litorânea e à Avenida Beira-Mar.

Até aí, sem problemas. Já passou do momento do Maranhão entrar do circuito dos grandes carnavais do Nordeste como os que acontecem em Pernambuco e Salvador.

Só que grandes projetos exigem grandes responsabilidades tanto do poder público quanto da população. 

Este ano, nos dois circuito de Carnaval na ilha ficou estabelecida a proibição na venda de bebidas em garrafas de vidro. O motivo é não “armar” qualquer pessoa. Mas a regra não foi cumprida.

Primeiro porque o poder público não conseguiu a fazer a fiscalização necessária. Não havia barreiras para revista nem na Litorânea e nem na Beira-Mar. Faltou as barreiras que dificultasse que a regra fosse burlada. O poder público errou mesmo sabendo que a intenção era fazer o maior carnaval do Maranhão. Ou seja, levar muita gente para os circuitos.

Por outro lado, a população não ajuda. Se existe a regra, com fiscalização ou não, deveria ser cumprida. Não somente por ser lei, mas por uma questão de segurança de todos que querem brincar no “maior carnaval do Maranhão”.

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Tanto vendedores ambulantes quanto a própria população que levou sua bebida não quis se preocupar com segurança. Importante o lucro, importante a diversão individual de cada um. Mesmo com os riscos.

Resultado: uma festa que deveria marcar o Carnaval maranhense pela grandiosidade, acabou marcando também milhares de pessoas. No próprio hospital de campanha montado na Praça Maria Aragão pelo governo do Estado, os relatos é de que a maioria dos atendimentos foram por embriaguez ou perfurações.

Além deste dado do próprio governo estadual, há ainda nas redes sociais vídeos que mostram violência no meio do público com o uso das garrafas de vidro.

E fora o risco de perdas de vidas na multidão que se formou nos dois circuito, a população demonstrou uma grande falta de educação com a quantidade de lixo deixado na via pública a cada fim do dia do carnaval.

O Maranhão pode sim entrar no rol dos estados com carnavais que merecem estar na rota turística do Brasil. Mas para isto é necessário atenção a todos os detalhes por parte do poder público e, claro, educação e obediência às regras por parte da população.

Um Carnaval seguro, organizado e limpo aliado às atrações variadas parece ser a receita certa para o sucesso.

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