Comunidades Tradicionais

Avança o cadastramento de moradores de áreas de conservação de uso sustentável no Maranhão

Estimativa é que cerca de 100 mil famílias sejam entrevistadas em mais de 90 Unidades de Conservação até o final do ano de 2024.

Divulgação/ICMBio

Antes de ir a campo, os entrevistadores receberam treinamento no Casarão do ICMBio na Resex Quilombo do Frechal. (Foto: Mara Nottingham/ICMBio)

MARANHÃO - O Instituto Chico Mendes de Proteção da Biodiversidade (ICMBio) iniciou em outubro o levantamento de dados das famílias nas unidades de conservação de uso sustentável (Flona, Resex e RDS). O objetivo é garantir que as populações moradoras dessas áreas sejam reconhecidas e possam usufruir dos direitos garantidos por lei, como uso sustentável dos recursos naturais e políticas públicas das três esferas governamentais, com o Bolsa Verde, por exemplo. 

A ação iniciou nas Reservas Extrativistas Arapiranga-Tromaí e Itapetininga, no Maranhão, com o apoio do Fundo Amazônia, Fundação Gordon e Betty Moore e IPÊ/Projeto Lira. O investimento do Lira na ação foi de R$ 2 milhões, com a compra de tablets e treinamento de equipes de coleta de dados em campo. O ICMBio mobiliza equipes regionais e toda estrutura necessária para que a ação aconteça. 

“Entendemos que esse processo é um sonho que se torna realidade, é o momento mais importante da unidade de conservação após sua criação, onde a presença institucional renova as esperanças das comunidades tradicionais que vivem dos recursos naturais do território protegido.” destaca a analista ambiental Karina Teixeira, chefe do Núcleo de Gestão Integrada de São Luiz/ICMBio. 

Antes de ir a campo, os entrevistadores receberam treinamento no Casarão do ICMBio na Resex Quilombo do Frechal, para aprender a operar os equipamentos e melhor conduzir as entrevistas. Neste momento, estão em campo realizando a aplicação dos questionários na casa de cada família. 

Para o deslocamento, o ICMBio mobilizou viaturas e lanchas. São ao todo 35 profissionais, divididos em três turmas, entre analistas e técnicos ambientais, agentes temporários, colaboradores e pessoas das comunidades, que se revezarão para entrevistar em torno de 5 mil famílias. Essa primeira fase deverá ter duração de cerca de 60 dias. 

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Mara Nottingham, coordenadora dessa ação pela Coordenação de Articulação de Políticas Públicas para Comunidades Tradicionais (COPCT/ICMBio), diz que a ação retoma uma importante ferramenta para o conhecimento e a gestão das unidades de conservação. “Trata-se de um instrumento para a inclusão social e produtiva das famílias tradicionais, a partir da visibilidade proporcionados pelas informações do cadastro e o reconhecimento de suas populações e de seus direitos pelo perfil de famílias beneficiárias”, afirma. 

A estimativa é que até o fim de 2024 sejam entrevistadas 90 mil famílias, em mais de 80 unidades de conservação de todo o Brasil, com o apoio do MMA e recursos do Programa Bolsa Verde. 

Elinaldo Sousa, morador da colônia de pescadores Z1/Carutapera, localizada no entorno da Reserva Extrativista de Arapiranga-Tromaí, foi designado para a equipe de entrevistadores. 

Participou do treinamento e está em campo em contato com as comunidades. “Percebemos que as famílias estão animadas para receber a equipe do ICMBio que vão fazer a coleta de dados”, comemora.  

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