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Imicast: a ''Teoria das Janelas Quebradas'' adaptada para o bairro Camboa

A teoria diz que a desordem gera desordem. Na Camboa, em São Luís/MA, as "janelas" estão quebradas devido à guerra entre facções.

Nelson Melo*

Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
(Foto: Divulgação)

A guerra urbana se caracteriza pela instabilidade no campo do “asfalto”, em um sentido mais próximo do que compreendemos como insegurança pública. Isso significa que os confrontos entre grupos criminosos ou entre estes e a polícia representam um contexto de caos social, mas não em sua forma generalizada. A “Teoria das Janelas Quebradas”, que foi desenvolvida pela Escola de Chicago por James Q. Wilson e George Kelling, nos mostra que a ordem gera ordem e a desordem gera desordem. Isso está acontecendo no bairro Camboa, em São Luís/MA.

Psicólogos norte-americanos fizeram, no final da década de 1960, uma experiência interessante, que nos remete ao ambiente de instabilidade social, como se a “guerra de todos contra todos”, como diria o filósofo Thomas Hobbes, prevalecesse, apesar da permanência do “Leviatã”, isto é, do Estado enquanto instituição milenar. Os cientistas deixaram dois automóveis idênticos abandonados em bairros diferentes em Nova York, nos EUA. Um foi colocado em bairro nobre. Já o outro foi posicionado na periferia.

Em pouco tempo, o carro que foi abandonado na região periférica ficou completamente desfeito, pois pessoas apareceram e levaram suas peças. Então, os psicólogos quebraram as janelas do automóvel deixado na área nobre. Ocorreu, então, o mesmo fenômeno registrado do outro lado: o veículo foi atacado. As “janelas” também foram quebradas na Camboa, na capital maranhense. Nos últimos dias, tiroteios foram frequentes na região, devido à guerra entre facções criminosas.

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*Nelson Melo é repórter de polícia do jornal O Estado do Maranhão. Ele é Bacharel em Comunicação Social, atualmente é pós-graduando em Perícia Criminal. Possui vários artigos publicados em jornais que circulam no Maranhão, sempre sobre o tema da guerra urbana entre facções criminosas, abrangendo aspectos como gangues, sistema carcerário, violência urbana, Criminalística, Direito Penal, educação familiar e escolar, polícia comunitária etc. Além disso, Nelson Melo tem dois livros publicados sobre atuações de facções no Estado do Maranhão: “Guerra urbana – O homem vida loka” e "Guerra Urbana - Morrendo pela vida loka".

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