IMPERATRIZ – De acordo com o auditor fiscal Samuel Ricardo Silva Gomes, estão disponíveis, no mercado de trabalho de Imperatriz, cerca de 400 vagas para pessoas com deficiência. Segundo ele, essas vagas em aberto não são preenchidas porque as empresas alegam pouca qualificação profissional.
Para o professor e estudante universitário Evandro Fernandes, que é cadeirante, ao contrário do que diz Samuel, quanto maior o grau de especialização, mais dificuldade o deficiente encontra em ser admitido.
“As empresas acabam por rejeitar quem tem nível superior, principalmente por não querer pagar mais”, afirma.
Além disso, Evandro questiona a forma como as empresas fazem a seleção, tendo “preferência” por determinados tipos de deficiência, que atendam aos padrões de mercado.
“Um cadeirante como eu, com nível superior, tem dificuldade em ser contratado, pois a maioria das empresas não possui a estrutura adequada para nos receber”, conta.
O defensor público estadual Fábio Carvalho, reforça a afirmação de Evandro, apontando uma certa resistência das empresas em admitir trabalhadores com algum tipo de deficiência. Segundo ele, a maioria dos contratados são surdos ou mudos, o que acaba por revelar, além de outro tipo de exclusão, um preconceito velado.
“São funcionários com boa aparência e que não falam. Uma pessoa com o rosto marcado, por exemplo, não seria bem aceito em um desses empregos. Isso é a cara do preconceito”, afirma o defensor.
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Fórum
O I Fórum de Inclusão e Lei de Cotas, com o tema Incluir e Integrar, é uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), através da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Em Imperatriz, o fórum acontece nesta sexta-feira (6), no auditório do Centro de Convenções.
Segundo o gerente do Senai Juarez Sanches, o evento acontece em todo o Estado e tem como foco empresas, empresários e pessoas com deficiência.
O objetivo é discutir a inclusão da pessoa com deficiência no mercado profissional, preocupação que surgiu depois que a instituição constatou que muitos dos estudantes capacitados pelo Senai não conseguiam ser inseridos no mercado de trabalho.
“Por mais que a gente faça capacitação, se não houver uma discussão ampla, com toda a sociedade, a gente não vai conseguir solucionar essa questão do acesso (do deficiente ao mercado de trabalho)”, conclui.
Lei de Cotas
A Lei de Cotas existe há quase 24 anos e estabelece a quantidade mínima de funcionários com de algum tipo de deficiência que deve existir em empresas de maior porte – 2% para a partir de 100 contratados e 5%, a partir de 1000.
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