CAXIAS - Eles vêm de todos os cantos da cidade e com um único propósito: ganhar dinheiro para garantir o sustento, como qualquer outro trabalhador formal. O único problema é que os novos vendedores ambulantes ocupam desordenadamente e inadequadamente ruas e logradouros públicos da cidade, com suas novidades e variedades de serviço ao consumidor caxiense.
Na ânsia pela clientela, ganha quem fica nos pontos estratégicos, e nem mesmo a calçada e a própria esquina da delegacia de Polícia Civil é poupada por estes vendedores. O ambulante José Welligton Batista disse que está na profissão há três anos por opção. Ele frisou que, embora sem carteira de trabalho assinada, consegue ter lucro garantido, porque varia os locais de atuação. Além de Caxias, ele oferece seus produtos na cidade vizinha de Aldeias Altas e ainda em Brejinho. “Quando começa a ficar fraco por aqui, eu viajo com a minha mercadoria para outro lugar. Não dá para ganhar muito, mas é o suficiente para pagar as contas e comer”, revelou.
Entre os caxienses, as opiniões se dividem. Joana Almeida e Rosana Vieira são amigas e trabalham como costureiras. Joana Almeida acha que ambulantes em excesso são um incômodo, sobretudo quando começam a atrapalhar o trânsito. Já Rosana Vieira acha que o centro da cidade fica muito poluído com a presença de tantos vendedores.
“Por mim tanto faz, como tanto fez. Eles podem vender o que quiser e onde quiser. Se eles estão cada vez mais na rua, é porque tem quem compre, senão eles diminuiriam sem ter cliente”, comentou Joana Almeida. Já Rosana Vieira discorda da amiga. Para ela a cidade está um caos, mesmo acreditando que os ambulantes só façam isso como uma alternativa para seu próprio sustento.
“Todos os dias quando você vai ao centro da cidade se depara com um vendedor novo. Na Praça da Matriz, nem se fala. Eu acho isso muito feio, porque a gente vai em Codó, que é uma cidade menor do que Caxias, e não vê esse absurdo”, declarou Rosana Vieira.
Leis
A culpa pela ocupação desordenada que acontece em Caxias é atribuída à Prefeitura, que mantém órgãos responsáveis pela adequação do espaço físico da cidade. Leis para regulamentar esta atividade existem, principalmente o Código de Postura do município, que proíbe a ocupação de ruas e praças da cidade pelos ambulantes.
Em 2000, a administração municipal, da época, chegou a retirar todos os ambulantes e barraqueiros que ocupavam os logradouros indevidamente, o que gerou antipatia e revolta por parte destes profissionais informais. Em 2004, os vendedores voltaram a ocupar os logradouros públicos, já que não houve, por parte da nova administração municipal, nenhuma ação repressiva para impedir a ocupação desordenada.
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