Aumentam casos de empréstimos irregulares

O Estado do Ma.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h53

CAXIAS - Maria Cardoso, Laura Monteiro e Raimundo José dos Santos são aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Além disso, os três têm em comum o fato de terem sido vítimas do golpe do empréstimo consignado.

Eles alegam que não autorizaram o desconto do pagamento da dívida contraída com os pequenos bancos que oferecem esse tipo de serviço.

Os três aumentam uma grave estatística. No município, esse tipo de golpe cresce todos os meses e a polícia, até o momento, ainda não conseguiu prender ninguém. Ela também não sabe como o golpe funciona e muito menos como os corretores dessas agências têm acesso à documentação das vítimas, já que todas elas afirmam que não forneceram dados pessoais para que o empréstimo seja solicitado.

O aposentado Raimundo José dos Santos, por exemplo, teve descontado na sua aposentadoria quatro parcelas de mais de R$ 200,00, por um empréstimo que ele alega não ter feito ou sacado em sua conta. Foi um valor que pesou no orçamento da família de cinco pessoas.

“No primeiro mês, recebi pouco mais de R$ 100,00 e isso afetou demais lá em casa. Eu nem sabia o que tinha acontecido, aí minha filha foi comigo e a gente descobriu esse tal de empréstimo. Mas eu nunca fiz empréstimo nenhum e nem dei meus documentos para ninguém. Quem recebe o meu dinheiro sou eu mesmo”, afirma o aposentado.

O delegado do 1° Distrito Policial de Caxias, Celso Álvares Rocha, traça o perfil das vítimas: “Dos mais de 10 casos registrados, somente este ano, 100% deles são aposentados que recebem apenas um salário mínimo”.

O delegado menciona que todos os empréstimos foram feitos por corretores ligados aos bancos Industrial, Shain e Paine, com sede em Teresina (PI), e os saques do dinheiro foram realizados, em sua maioria, nas sedes das agências bancárias na capital piauiense.

“Eles utilizam procurações falsas e todos os casos são de correspondentes bancários com sede em Teresina. A gente não sabe como eles adquirem os dados dos aposentados, mas acreditamos que possa ser uma rede criada para fazer esses empréstimos irregularmente”, explica Celso Álvares.

O delegado explica que não há ajuda para descobrir como funciona o esquema, já que os diretores dos bancos se recusam a entregar as cópias dos contratos para serem verificados os nomes dos corretores que realizaram o empréstimo fraudulento.

Em Caxias, uma empresa, até o fim do ano passado, tinha problemas desse tipo, lembra o delegado, enfatizando que ela nunca mais foi alvo de denúncia de empréstimo irregular desde que passou a tomar algumas providências de segurança.

“O problema nessa empresa em particular eram os seus corretores contratados sem nenhum critério. Qualquer pessoa trabalhava para a empresa e realizava o empréstimo sem a autorização do aposentado, que eles abordavam na rua. Desde que isso foi descoberto, não houve mais problemas, já que eles passaram a selecionar melhor os seus funcionários”, resume o delegado.

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