
BRASÍLIA - O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi comunicado sobre o aumento das denúncias de fraude nos descontos dos benefícios de pensão e aposentadoria do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mas levou cerca de um ano para agir.
O Conselho Nacional de Previdência Social formalizou denúncia da representante do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) Tonia Galleti ao ministro. É o que atesta uma ata do conselho.
Galetti havia pedido a inclusão do tema na pauta daquela reunião, mas a solicitação não foi aprovada porque os temas já tinham sido definidos. Diante disso, ela reforçou o pedido de discussão sobre os Acordos de Cooperação Técnica das entidades que possuíam desconto de mensalidade junto ao INSS.
Leia também: Câmara pode votar nesta segunda-feira projeto que facilita combate a incêndios florestais
Ela requisitou que fossem apresentadas a quantidade de entidades que possuíam acordos com o INSS, a curva de crescimento dos associados nos últimos 12 meses e uma proposta de regulamentação que trouxesse maior segurança aos trabalhadores, ao INSS e aos órgãos de controle.
Pelo relatório, Lupi registrara que a solicitação do sindicato era relevante, mas que não haveria condições de fazê-la de imediato, "visto que seria necessário realizar um levantamento mais preciso".
Na ocasião, Lupi solicitou que o tema fosse pautado como primeiro item da reunião seguinte. No entanto, o assunto não foi discutido e só entrou na pauta do Conselho em abril do ano passado.
Ao Folha, o ministro afirmou que o INSS realizou uma auditoria para apurar denúncias de descontos irregulares. Ele disse que, ao longo desse trabalho, o diretor de Benefícios do instituto foi exonerado "para que conseguíssemos ter um diagnóstico e tomar as providências cabíveis".
O caso é investigado pela CGU (Controladoria-Geral da União) com a Polícia Federal. A operação Sem Desconto, que deu luz ao caso, calculou que entre 2019 e 2024 foram descontados R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários.
Os órgãos apuram o quanto desse valor foram de descontos ilegais e elaboram um plano para ressacir os beneficiários.
Até o momento, cerca de R$ 2 bilhões já foram apreendidos de pessoas e entidades envolvidas na fraude, segundo a CGU.
O episódio levou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto a deixar o cargo na última quarta-feira (23).
Saiba Mais
- INSS alerta população sobre perfil falso em rede social
- INSS: 473,9 mil segurados já contestaram descontos indevidos
- Moro relaciona fraudes no INSS a mudanças aprovadas pelo governo
- Segurados do INSS podem pedir devolução de descontos ilegais
- INSS: saiba como consultar notificação sobre descontos ilegais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Notícias