O hábito de beber pode parecer à primeira vista um ato inofensivo. Contudo, o exagero na dose pode trazer consequências drásticas ao longo do tempo, como cânceres e hepatites. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem em todo mundo vítimas do consumo exacerbado do álcool.
Dependência
O alcoolismo entrou para a Classificação Internacional de Doenças (CID) em 1989 como transtorno mental e comportamental provocado pelo uso de psicoativos. A doença é crônica é possui diversos fatores de risco, como a frequência e a quantidade do consumo, mas também herança genética e condições psicossociais.
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, 16,7% da população brasileira fez uso nocivo de bebidas ao longo do ano passado, que pode levar à dependência. Nesses casos, o indivíduo tem comportamentos como: ingerir álcool em situações de frustração, beber em grandes quantidades e por longos períodos, esforçar-se para conseguir a bebida e um desejo intenso, além de comprometer atividades sociais por causa da bebida.
Doenças
O consumo excessivo de álcool está associado ao surgimento de mais de 200 doenças, como cânceres de boca, orofaringe e mama. Contudo, o fígado é um dos órgãos mais afetados pela ingestão exagerada da bebida, já que metaboliza o álcool no organismo. Assim, a cirrose hepática, juntamente com o câncer hepático e transtornos relacionados ao álcool produziram 28,3 mil vítimas em 2015.
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Mutação genética
Um estudo recente do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge indicou o impacto da ingestão de álcool sobre as células. Após testes em cobaias, os cientistas descobriram que ao longo dos anos, o DNA de células-tronco (que podem dar origem a outras de qualquer tipo) é modificado pela presença do acetaldeído, subproduto do álcool. Algumas pessoas não possuem as enzimas para eliminar a substância, que se acumula.
Se beber, não dirija
Mas os efeitos do abuso da bebida também podem não demorar a aparecer: no trânsito, 6 mil foram vítimas de motoristas embriagados no ano passado. Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que 6,8% dos brasileiros admitem pegar o volante depois de beber. Somente em rodovias federais, 455 pessoas perderam a vida em 2017 em 6,4 mil ocorrências envolvendo álcool e direção.
Prejuízos econômicos
Além de ser um problema de saúde pública, o consumo excessivo de álcool também provoca perdas para a economia do País. Os gastos com tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a problemas associados ao álcool, somadas aos gastos da Previdência Social com acidentados chegam a 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
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