Energia

"Planejamento no setor de energia é fundamental", diz Ministério

A declaração foi feita durante o aniversário da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Cristina Indio do Brasil / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h51

RIO DE JANEIRO - Em um país em desenvolvimento ninguém pode dormir em berço esplêndido quando se trata de energia, segundo o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ao participar, na noite desta segunda-feira (18), na sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, do aniversário de dez anos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para o secretário, atualmente o setor elétrico brasileiro é um dos mais bem estruturados, mas “é importante ter instituições que olhem, estrategicamente, com visão de longo e médio prazo, como vai atender a demanda e como vai ser essa demanda”.

De acordo com o secretário, o sucesso obtido com os leilões de energia provocaram credibilidade nos agentes, que sabem quando um projeto é habilitado pela EPE. “Nenhum país pode prescindir de ter uma estrutura forte de planejamento. Isso, aqui no Brasil, tenho certeza, é um salto”, ressaltou.

Logo no começo do discurso, Zimmermann leu mensagem do ministro Edison Lobão, que não pôde comparecer à cerimônia, na qual o ministro ressalta que a EPE tem contribuído com estudos e pesquisas da mais alta relevância para a formulação, o planejamento e a implementação das ações do setor. "Uma das principais conquistas do modelo elétrico em vigor", segundo a mensagem, "foi o resgate do planejamento, que oferece previsibilidade e segurança ao setor, fundamental para a vida produtiva”.

O ministro destaca ainda que nos últimos dez anos o Brasil quase dobrou a capacidade instalada de energia e o número de linhas de transmissão. “Em 28 leilões de energia nova foram contratados quase 800 projetos. Esses avanços permitiram atravessar, este ano, a pior crise hidrológica dos últimos 80 anos, além das elevações de consumo inéditas, provocadas por fortes ondas de calor”, apontou.

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O secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Ministério do Planejamento, Maurício Muniz, falou sobre os projetos que o órgão tem desenvolvido com a EPE. “Só no PAC 2 já conseguimos 13 mil megawatts (MW) de geração, e estamos com obras em andamento para mais 25 mil MW. Com o resultado que temos hoje, sem dúvida nenhuma, é uma grande participação da EPE”, informou.

O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, disse que o modelo enérgetico do Brasil é bem conceituado no mundo. Ele acrescentou que as duas últimas capitais que faltam, Macapá e Boa Vista, serão integradas em breve ao sistema interligado. "Aí a gente tem o prazer de ter todo o sistema interligado. É o orgulho do setor elétrico brasileiro", comentou.

O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, destacou que o objetivo da criação da empresa foi resgatar a responsabildiade do Estado, de assegurar as condições de infraestrutura do país. Ele lembrou que foi fundamental, nos últimos dez anos, a participação da EPE na elaboração dos leilões. "É na EPE que se fazem os estudos de todas as linhas de transmissão licitadas". Agora, há perspectiva de novo ciclo exitoso com energia solar, "fonte que será objeto de um leilão específico em outubro próximo", revelou.

Tolmasquim informou que o trabalho se intensificou tanto que há um acúmulo de trabalho na empresa. "Posso dizer que a EPE está subdimensionada para o trabalho que tem. E, no futuro, talvez tenhamos que caminhar para a descentralização, com escritórios regionais". Para ele, o número de empregados deveria passar dos atuais 300 para perto de 400.

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