SÃO PEDRO DA ÁGUA BRANCA - A edição de 2024 do projeto Cultura na Praça estreou as sessões de cinema itinerantes no interior do Maranhão no último domingo (28), em São Pedro da Água Branca, com a exibição do curta-metragem “Água Branca”, produzido por jovens moradores da cidade. Os outros municípios maranhenses incluídos nesta temporada são Cidelândia, Buriticupu e Alto Alegre do Pindaré.
Durante o projeto, jovens de 13 a 19 anos aprendem as teorias e práticas de todas as etapas de realização de um filme, como roteirizar, filmar e editar, em oficinas gratuitas. Os curtas produzidos são exibidos ao público em eventos ao ar livre e, posteriormente, na plataforma virtual Cine Babaçu. O Cultura na Praça é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com apoio do Centro Cultural Tatajuba.
Sessões
São Pedro da Água Branca foi o primeiro município maranhense do circuito de exibições comunitárias. Todas as sessões contam com recursos de acessibilidade: intérprete de Libras, audiodescrição e legenda descritiva. O evento foi contemplado na Praça São Pedro e teve apresentação de abertura do Grupo Junina Capim Canela, com participação especial Explosão Sol Raiá. O filme “Água Branca” foi exibido em seguida; ele é resultado do empenho e do olhar de jovens que, durante um processo imersivo, desenvolveram suas habilidades de criação e produção, no intuito de abrir uma janela de expressão por meio do cinema. Além de “Água Branca”, outros curtas-metragens do projeto Cultura na Praça estão na programação.
Para garantir ao público essa experiência de acesso e vivência da sétima arte, alunos do Cultura na Praça, como o Victor Emanuel da Silva, de 15 anos, mergulharam no aprendizado das oficinas ministradas pelo cineasta mineiro e coordenador do projeto, Cris Azzi. “A minha experiência foi muito marcante, pude aprender muitas habilidades novas. Eu comecei a me comunicar com pessoas diferentes, que não fazem parte do meu convívio. Eu passei a enxergar e entender mais de como é a arte visual dos filmes, do áudio, entre outras novidades”, relatou.
O projeto possibilitou a Victor Emanuel uma mudança de percepção, não apenas no cinema, mas em outros aspectos da vida. "Essa oficina despertou um sentimento muito forte e profundo no meu coração. Eu enxerguei além do que eu estava podendo ver. Se um dia eu entrar no mundo artístico, eu estarei muito agradecido ao projeto, que conseguiu abrir portas para esse caminho tão grande que é o caminho da arte. Foi muito esplendoroso," destacou Victor.
Cris Azzi reforça a importância da arte para a mudança de perspectivas. “Acreditamos que a arte é transformadora. No Cultura na Praça, o cinema é a ferramenta para isso. Convidamos os participantes das oficinas a pensarem juntos, coletivamente: que tema abordar, que filme fazer? A partir daí, a história que será contada vai sendo construída e filmada, sempre priorizando a autonomia de cada pessoa, o que cada um já traz em si”, detalha Cris.
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Despertar um olhar atento, sensível e artístico, além de capacitar os jovens tecnicamente, tem sido uma missão do Cultura na Praça, e para Lainy Leal dos Santos, de 17 anos, também moradora de São Pedro da Água Branca, a proposta foi plenamente realizada. “A ideia do projeto superou minhas expectativas sobre aprender a fazer filme e a mexer com as câmeras. Chegando lá, eu fui surpreendida por uma equipe maravilhosa e um ambiente agradável e aconchegante. Aprendi mais que a técnica, aprendi valores para a vida e saí com muito mais conhecimento. Eu me emocionei muito no encerramento porque estive com pessoas que me acolheram de uma forma que eu não consigo expressar. Tenho muita gratidão e participarei 500 vezes se eu tiver novas oportunidades”, relatou Lainy.
Exibições
Cada cidade recebe uma sessão de cinema ao ar livre, com a exibição dos filmes produzidos pelos próprios moradores. Nas telas itinerantes, talentos são revelados e experiências compartilhadas, como afirma Cris Azzi: "Além das oficinas, o momento de assistir aos filmes na tela grande mostra como algo extraordinário pode ser extraído do cotidiano. As trocas são muito significativas". E, assim, o projeto valoriza o potencial criativo de cada região e ajuda a documentar suas memórias culturais.
As exibições começaram em Marabá (PA), no dia 27 de julho; depois chegaram ao Maranhão, em São Pedro da Água Branca (MA), passam por Cidelândia (MA), em 1º de agosto; em seguida, Buriticupu (MA), em 3 de agosto; e, por fim, Alto Alegre do Pindaré (MA), em 4 de agosto. Após os eventos nas comunidades, os filmes serão lançados na plataforma virtual Cine Babaçu (culturanapraca.art.br), também com recursos de acessibilidade.
Sobre o Cultura na Praça
Criado em 2017, o Cultura na Praça promove oficinas gratuitas de cinema no interior do Pará e do Maranhão e realiza as exibições dos filmes produzidos nas comunidades, juntamente com apresentações artísticas. Com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e fomentar a valorização do patrimônio cultural material e imaterial nos municípios beneficiados, o projeto já alcançou mais de 200 mil pessoas ao longo de suas cinco edições.
Na plataforma virtual Cine Babaçu, 40 curtas-metragens produzidos durante as oficinas de todas as edições do projeto são disponibilizados com acesso livre. Em 2024, o Cultura na Praça chega à 6ª edição, viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, apoio do Centro Cultural Tatajuba, e realização da Vivas Cultura e Esporte e Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução.
Saiba Mais
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