Cultura

Cacuriá de Dona Teté terá novo nome a partir do São João 2024

Em coletiva de imprensa, grupo informou que passa a se chamar Balaio de Rosas e terá uma nova identidade visual.

Na Mira, com informações da Assessoria

Atualizada em 14/06/2024 às 03h09
Mudança do nome Cacuriá de Dona Teté para Cacuriá Balaio de Rosas foi anunciada em coletiva de imprensa. (Divulgação)

SÃO LUÍS - Uma das manifestações culturais mais tradicionais do Maranhão, o Cacuriá de Dona Teté terá um novo nome a partir dos festejos juninos de 2024, passando a se chamar Cacuriá Balaio de Rosas. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (13), a cantora e compositora Rosa Reis, a coreógrafa Luana Reis e a produtora cultural Imira Brito informaram que o Balaio de Rosas manterá a dinâmica, as brincadeiras, as trocas, as músicas e a dança, mas com uma nova identidade visual, dando protagonismo para as personagens envolvidas que se dedicam ao cacuriá.

Durante a coletiva, Rosa Reis ressaltou o legado gigantesco de Dona Teté para a cultura do Maranhão e disse que a mudança no nome do grupo para Balaio de Rosas tem a iniciativa de exaltar ainda mais a história do cacuriá desenvolvido pela cantora, compositora e percussionista, abrindo mão do nome original para valorizar e influenciar todos os grupos que dão continuidade a esse legado.

"Detentora do título honorável de dama da cultura popular maranhense, Teté se transmutou em um símbolo do nosso Estado, imortalizada em suas canções, seu toque de caixa e sua divertida paixão pela liberdade. E em respeito a toda história e dedicação que alçamos Teté ao patamar de símbolo de todos os cacuriás do Brasil. Teté é muito maior do que o seu Cacuriá! E como grandes símbolos precisam de liberdade para existirem, e na intenção de que ela siga influenciando não apenas um, mas todos os grupos de cacuriás, cantores e compositores, o inesquecível nome “Cacuriá de Dona Teté” entra para a história como símbolo cultural do estado do Maranhão. Porque todos os cacuriás são, de certa forma, cacuriá de Dona Teté!", afirma Rosa Reis.

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Em relação ao nome Balaio de Rosas, Rosa Reis destacou que a escolha foi feita com muito carinho e cuidado, tendo como objetivo representar a união, a alegria e a tradição que são marcas do trabalho do cacuriá, além de reforçar a paixão e o compromisso com a cultura maranhense. O balaio e a rosa são vistos como símbolos de diversidade, luta, arte, força e liderança das mulheres.

"É preciso salientar que este é um grupo de cacuriá liderado por mulheres, em todas as dimensões. Mulheres que se permitem a reinvenção, o questionamento do que é ser feminino e do que é ser feminista. O nome traz as rosas como um símbolo além da beleza. Em sua diversidade de cor e em seu grande número de pétalas, representam a diversidade presente no grupo em gêneros, corpos, raças e sexualidade. As rosas também trazem os espinhos, que servem como símbolos das nossas lutas em sociedade. O Balaio traz o sentido de apreço à cultura popular e significa a arte feita a tantas mãos. O enlaçar das fibras, significa o compromisso e a parceria entre aqueles que produzem, os que dão vida aos movimentos e ao nosso público. A firmeza e força da união das fibras reafirma o Cacuriá, como um lugar que tantas mulheres e homens procuram para se empoderar de seus espaços e seus corpos. O cesto pronto, após trabalho árduo e dedicado, serve para armazenarmos a história de cada um, as memórias e as perspectivas futuras que constituem essa tradição. Todos esses significados reunidos, formam esse imenso Balaio de Rosas", discursou a cantora.

O cacuriá surgiu na segunda metade do Século XX, como parte das festividades do Divino Espírito Santo. Almerice da Silva Santos, a dona Teté, começou a participar das festividades promovidas pelo mestre Alauriano Campos de Almeida, mais conhecido como Seu Lauro, durante os anos 70, e criou o Cacuriá de Dona Teté em 1986, com o apoio do grupo artístico Laborarte, no Centro de São Luís. Com suas canções, toque de caixa e muita alegria, Dona Teté se tornou um símbolo da cultura popular maranhense e comandou o seu cacuriá até morrer em 2011, aos 87 anos.

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