SÃO LUÍS - O segundo dia de programação na Passarela do Samba de São Luís foi marcado pelos desfiles de oito blocos tradicionais do Grupo B e cinco escolas de samba, que levaram para a avenida cores, ritmos, histórias e muita tradição.
Nesse sábado (24), a programação teve início às 16h30 com show do grupo Samba de Reis, que levou para a passarela o melhor do samba e pagode e abriu caminho para os blocos tradicionais.
Diretamente de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís, o bloco ‘Os Diferenciados’, que surgiu em 2017, foi o primeiro a se apresentar na Passarela do Samba, na noite desse sábado. Cantando sobre o amor, a bloco levou para a avenida as cores vermelho e amarelo, junto com as batucadas inconfundíveis e gingado dos participantes.
Em seguida, foi a vez do bloco ‘Renovação do Ritmo’ entrar na passarela. Com a temática do Halloween, o grupo, de 36 anos, oriundo do Bairro de Fátima, em São Luís, abordou mais sobre essa data que também é conhecida como Dia das Bruxas.
“Essa tradição dos blocos tradicionais é única nossa aqui em São Luís, e eu acho muito importante a gente vim prestigiar esses grupos que passam meses se preparando para chegar aqui na avenida e entregar um belíssimo espetáculo”, disse a assistente administrativo, Monique Dias.
Também se apresentaram nesse sábado os blocos ‘Companhia do Ritmo’; ‘Os Gladiadores’; ‘Os Vingadores’; 'Tradicionais do Ritmo'; ‘Gaviões do Ritmo’ e ‘Os Coringas’. As agremiações foram avaliadas por juradas e, agora, buscam pelo título de campeão do Carnaval de São Luís.
Escolas de Samba
Já na madrugada, e com atraso, a primeira escola a se apresentar foi a Mocidade Independente da Ilha, do bairro Cohab. Por causa do atraso, a organização dos desfiles chegou a anunciar que a escola não se apresentaria, mas, logo em seguida, a Mocidade foi autorizada a desfilar, no entanto, ela não foi avaliada pelos jurados técnicos.
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A organização da Mocidade Independente da Ilha alegou que o atraso no desfile foi motivado pela demora de um caminhão muk finalizar a preparação de um dos carros alegóricos da escola, impossibilitando, assim, que alguns componentes subissem na alegoria.
Após um atraso de mais de uma hora e meia em relação ao horário originalmente estabelecido para o início do desfile, finalmente chegou o momento da entrada da Mocidade na avenida. Sob o tema empolgante "Baila Comigo: Os Ritmos do Brasil na Alegria de Dançar", a agremiação apresentou um espetáculo que exaltava a riqueza e a pluralidade dos ritmos musicais do Brasil.
Da cadência envolvente do samba aos compassos vibrantes do frevo, passando pela sensualidade do forró e pelo balanço do axé, cada passo dado pela escola era uma manifestação de alegria e celebração da cultura brasileira.
“A gente entende esses imprevistos que acontecem, mas, ainda assim, a gente não deixa de prestigiar e incentivar as escolas de samba. Sabemos que elas passam meses se preparando para estar aqui hoje, então com um sorriso no rosto e com muita alegria é uma forma de retribuir isso a eles", disse a dona de casa Raimunda Pereira, que estava na arquibancada acompanhando os desfiles.
A Túnel do Sacavém, segunda escola a desfilar, trouxe para a avenida um tema tão tradicional quanto emblemático: a mandioca, um dos alimentos mais arraigados na cultura brasileira. Com sua proposta temática singular, a agremiação desdobrou-se em 13 alas, cada uma mais colorida e animada que a outra, para contar a história e exaltar as múltiplas facetas desse alimento tão querido e consumido no país.
Logo após, com 1,5 mil componentes, foi a vez da Terrestre do Samba desfilar na passarela. Com o tema ‘A Cura, o Elixir da Vida’, a escola da Estiva, bairro Zona Rural de São Luís, abordou a temática com com suas alegorias colorias e fantasias ricamente detalhadas, a escola trouxe à vida os segredos ancestrais da cura, mesclando tradição e inovação de forma magistral.
A penúltima escola a se apresentar foi a Império Serrano. Direto do bairro Monte Castelo, a escola trouxe à tona a riqueza cultural e o vigor poético que marcaram os duzentos anos desde o nascimento do poeta maranhense Gonçalves Dias, ícone da literatura brasileira. Das ladeiras de São Luís aos salões do Carnaval, a escola enalteceu não apenas a figura do poeta, mas também a alma pulsante de um povo que se reconhece em suas palavras imortais.
A Favela do Samba, ostentando o título de atual campeã do Carnaval de São Luís, assumiu o protagonismo como a última escola a atravessar a passarela, encerrando com chave de ouro o segundo dia de desfiles. Sob o tema "Presentes de Olorum: as pérolas negras do Maranhão São Carregadas de Axé", a agremiação mergulhou nas raízes mais profundas da cultura maranhense, revelando um espetáculo de cores, ritmos e tradições que ecoavam como um tributo à ancestralidade afro-brasileira.
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