SÃO LUÍS - O especialista em história sócio cultural, o escritor Felipe Calil Abrão, lança em coletânea com outros autores da área o livro "O Bumba Meu Boi da Província da Bahia e outros Bumbas", lançado no início do mês de março, com artigos publicados nos últimos seis anos que busca compreender a história do Bumba Meu Boi e principalmente seus brincantes.
Segundo Felipe, o livro não foca apenas na história do Bumba Meu Boi no Maranhão e em outros Estados, mas, sim, sobre os brincantes. Quem são os brincantes, como as brincadeiras eram realizadas, e também sobre a dimensão do Bumba Meu Boi na vida dessas pessoas.
"O que me interessa são os brincantes, que são os escravos (no século 19). O barato é que [...] o dono da brincadeira no caso é um escravo, quem comandava era um escravo, então havia libertos brincando [de Bumba Meu Boi] juntamente com os escravos. [...] Eu acho que o fato do bumba meu boi ser popular, ser querido, talvez por que os brincantes [livres] tenham ajudado os escravos a ficarem livres do tráfico de escravos, que era a pior coisa que existia na época", comenta Felipe.
Felipe estudou grande parte da sua vida sobre o folclore do Bumba Meu Boi do Maranhão e comenta
sobre a escolha do título levar o nome do estado baiano. "Nesse texto sobre a Bahia, eu explico que geralmente o Boi que se espalhou pelo centro e sul do Brasil, foi o Boi da Bahia, e lá existiam dois tipos de boi, o Bumba Meu Boi e o Rancho de Boi, o que ficou aqui pelo Maranhão foi o Bumba Meu Boi, por isso o nome.".
Continua após a publicidade..
O escritor é natural da cidade de Anápolis, município do interior do estado de Goiás, porém uma de suas maiores paixões é o "Bumba Meu Boi" do Maranhão, principalmente o famoso Boi de Axixá.
"Na época em que o Sarney se efetivou no poder, ele levou a brincadeira maranhense pra brincar Brasil a fora. E então, eu vi a brincadeira do Boi de Axixá em Brasília e nossa, mas aquilo ali entrou na minha alma.", conta o autor.
"A primeira vez que eu vim [ao Maranhão] eu fui direto pra cidade de Axixá, apenas para ver o Boi da cidade. [...] "A batida [...] o banjo, a zabumba, é algo que não consigo esquecer realmente me impressionou, a Catirina, as índias, tudo. A Catirina que na verdade entrou na minha alma!".
Os textos publicados pelo autor são um compilado de seis anos de trabalho e pesquisas sobre o Bumba Meu Boi do Maranhão e de outros Estados, que também contém trabalhos de outros autores sobre os diversos "Bumbas" pelo Brasil.
Saiba Mais
- Veja a programação dos arraiais deste fim de semana em São Luís
- Arraiais continuam em São Luís; veja a programação deste fim de semana
- Prefeitura de São Luís inicia “Arraial na Prefs”, neste sábado (9)
- ‘Queridinho do público’, o Arraial da Cidade será realizado em frente à Prefeitura
- Festança do Arraial da Cidade estende programação até julho
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Namira