BRASIL - Atriz de blockbuster, como ‘Duna: Parte 2’, e filmes independentes, como ‘45 Anos’, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, a inglesa Charlotte Rampling brilha como a protagonista de ‘A Matriarca’, longa-metragem de Matthew J. Saville, que chega aos cinemas brasileiros em 21 de março.
Charlotte interpreta Ruth, uma famosa correspondente de guerra que agora está aposentada e com problemas com álcool. Ao ser expulso do internato, seu neto, Sam (George Ferrier), se surpreenderá ao encontrar aquela mulher que, até então, ele não conhecia, morando na antiga casa da família. O encontro entre os dois, num primeiro momento, é violento, mas, quando são obrigados a passar um tempo juntos, suas vidas irão se transformar.
Saville, que também assina o roteiro, conta que partiu de experiências pessoais para criar esse seu primeiro longa. “Quando eu tinha 17 anos, minha avó alcoólatra quebrou a perna e se mudou da Europa para morar na Nova Zelândia, na casa de sua família. Ela viveu uma vida incrível, esteve na Espanha durante a Guerra Civil Espanhola, enfrentou a África e bebeu gim suficiente para conservar um elefante. Na verdade, quando a conheci, ela bebia dois terços de uma garrafa de gim todos os dias. Ela era afiada, charmosa, engraçada e rude. Ela levou todos nós às lágrimas, mas também às gargalhadas.”
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Em ‘A Matriarca’, confessa, partiu dessas experiências e de seu relacionamento com a avó para criar um filme que “trata de alguns dos temas mais fortes a que somos confrontados como humanos: vida, amor, morte, tristeza, vergonha e nossa própria mortalidade. Este é um filme sobre a escolha que fazemos como humanos de viver e morrer, como lidamos com a dor e como aceitamos vida. Embora os temas sejam sombrios, seu tom é cômico e o drama não tem nada de sentimentalismo.”
Desde o começo, ele queria Charlotte para o papel principal. “Eu nunca tive certeza de que poderia convencê-la, mas também me senti confiante de que se ela lesse o roteiro, ela poderia se interessar.” Já a atriz confessa que o roteiro chamou sua atenção logo que começou a ler, e o fato de ser uma produção independente a animou. “Eu gosto de fazer filmes com uma equipe de produção menor também. Você sente que pode embarcar em uma aventura de uma maneira que você não pode com uma grande produção.”
Saville aponta que, mesmo partindo de suas experiências pessoais, ‘A Matriarca’ traz uma história universal. “Espero que o filme seja uma experiência transformadora para o público. A história contém temas sombrios, mas acho que as pessoas sairão com um sentimento de esperança e acreditando que podemos superar as coisas que nos separam.”
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