Turismo

Ônibus é o transporte preferido pelos brasileiros para viajar

O veículo colocou na segunda opção o carro de passeio

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
(Foto: Reprodução Internet)

O ônibus é o meio de transporte preferido pelos brasileiros para viajar, revela pesquisa anual feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e Instituto Ipsos com mil brasileiros em 70 cidades das cinco regiões do país. De acordo com o levantamento, divulgado no Rio, 46,6% dos entrevistados optaram pelo ônibus. Em comparação à sondagem do ano passado, o crescimento atingiu 5 pontos percentuais.

O transporte coletivo rodoviário colocou na segunda opção o carro de passeio (41,2%), que liderou a preferência dos viajantes em 2013. Conforme indica a pesquisa, as viagens de avião mantiveram relativa estabilidade: 13,6%, em 2013, e 13,3% este ano.

Economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos recordou que, nos quatro anos da pesquisa, iniciada em 2011, o ônibus foi majoritário como opção para viagens até 2012, sendo ultrapassado pelo carro de passeio em 2013. Segundo ele, isso ocorreu em razão dos incentivos governamentais para compra do automóvel, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Destacou que, entre 2013 e 2014, o brasileiro reduziu o consumo. "Indicadores da Fecomércio-RJ e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram isso", salientou. “Então, o que valeu para o consumo em geral também valeu para viagens, principalmente porque, quando você corta despesas, focado em honrar compromissos já assumidos, percebendo impacto da inflação no bolso, o arrefecimento da geração de empregos, além dos juros em elevação, é natural que corte despesas menos essenciais. O lazer é o que sofre primeiro na hora do corte de despesas das famílias”.

Para Christian Travassos, a viagem de ônibus se tornou mais atraente por causa do preço. De acordo com a pesquisa, houve, também, queda na intenção de viajar dos brasileiros. No ano passado, 30,7% dos consultados se declararam viajantes. Esse número caiu para 24% em 2014, ficando abaixo do apurado em 2012 (28,1%). Houve queda no uso do automóvel em viagens e no percentual de brasileiros viajantes este ano. Aumento da inflação e dos juros e redução do emprego fizeram o brasileiro diminuir o consumo, de modo a manter o poder aquisitivo. "O lazer é um dos primeiros cortes no orçamento", reiterou o economista.

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As viagens dentro do próprio Estado em que moram continuaram liderando a preferência dos consultados, com 63,9% - 10 pontos percentuais a mais que na pesquisa de 2013. As viagens para fora do estado somaram 40,2%. Já as internacionais subiram de 1,6%, em 2013, para 1,9% em 2014. O motivo mais citado para as viagens são lazer ou férias, com 53,5%, seguidos por visita a parentes ou amigos, com 42,5%.

O economista salientou que, entre os meios de hospedagem, casa de parentes ou amigos continua sendo a primeira opção dos brasileiros, com 71,7%. Na sequência, hotel ou pousada, com 19%, e apartamento próprio ou alugada, com 9,8%.

A sondagem avaliou, ainda, o que os brasileiros acham da qualidade dos serviços turísticos oferecidos. De maneira geral, a constatação é que aumentou a qualidade da estrutura turística de todos os itens avaliados, incluindo segurança, sinalização urbana, rodovias, aeroportos, hotéis, bares e restaurantes, limpeza urbana, rodoviárias e serviços de informações turísticas. Nenhum, porém, atingiu nota 7.

O segmento hotéis recebeu a maior nota (6,9), enquanto o de bares e restaurantes conseguiu 6,4 na avaliação. A menor nota (4,6) foi para segurança pública, embora tenha havido avanço de 0,8 ponto percentual em relação à pesquisa do ano passado. Rodovias e aeroportos receberam 6,3 cada, cabendo aos serviços de informações turísticas, sinalizações urbanas e rodoviárias a nota 5,9. Já para limpeza urbana, a nota foi 5,7.

Christian Travassos observou que o resultado da pesquisa sinaliza que ainda há muita coisa a ser melhorada. “Há uma agenda a ser cumprida. Nós tivemos uma ótima Copa [do Mundo], mas isso não significa que todos os problemas estão resolvidos. A pesquisa corrobora o que o senso comum já identificou”, comentou o representante da Fecomércio-RJ.

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