Mesmo longe dos palcos, Júnior diz que a música e a família são os pilares diante da Pandemia do Coronavírus
O músico maranhense, radicado em Portugal, fala de família, a sua trajetória artística em três anos morando em Portugal. Comenta, ainda, sobre a pandemia e os efeitos colaterais que ela tem provocado na Humanidade.
O virtuoso gaitista e violinista maranhense, Júnior Mouriz, foi uma das atrações do Plugado, no último domingo (3/5), na Mirante FM. Na troca de ideias, o músico falou da sua trajetória há três anos em Portugal. Para ele, é mais um desafio na vida com efeito bastante positivo. A grande preocupação de Mouriz é a Pandemia da Covid-19 que chacoalha o mundo fazendo vítimas e gerando uma catástrofe econômica imprevisível.
- São três anos morando em Portugal. E como todo mundo sabe que imigrantes têm muitas lutas. Pra mim, o primeiro ano foi o mais difícil. Consegui um caminho porque eu tenho um trunfo: a arte, a música. Já cheguei aqui trabalhando bastante por conta de maigos, por conta de pessoas que considero padrinhos. Consegui entrar no bonde junto, me colocaram na fogueira e aceitei. A vida estava andando bem, as coisas estavam indo bem, Portugal prosperando muito com um turismo em ebulição. Veio uma ameaça invisível e o que nos resta é arrumar os caquinhos e recomeçar - assegura.
Mesmo distante da suas duas caçhacas que são a música e o palco, Júnior diz sentir falta do palco, mas a música que faz o complementa e o fortalece para encarar este momento de crise na quarentena.
- Tem sido uma loucura ficar sem a minha cachaça o palco. Mas, a música salva, a música ajuda de várias maneiras. Tá todo mundo fazendo música sem palco em casa, até muito mais que havia antes. Graças a Deus, a música tem ajudado muita gente neste momento de pandemia. E pós-pandemia também será ajudado pela arte, como sempre ajudou, sempre salvou, como sempre influenciou as pessoas para as coisas boas. Enfim, no momento precisamos de muitas outras coisas até poder se sentir tranquilo diante desta ameaça invisível - enfatiza.
E quanto ao aprendizado a ser tirado deste período de isolamento social, Mouriz constata o quanto somos frágeis e da capacidade que temos em autosabotagem.
- O momento é de muita aprendizagem e temos muito o que se adaptar pós-pandemia. Tenho vivenciado muitas madrugadas e sono nenhum quando percebo que a batalha contra o coronavírus ainda não está ganha. O que somos realmente é frágeis e ao mesmo tempo de adaptação, como vários organismos vivos deste planeta, temos uma grande tendência de autosabotagem. A gente investe muito dinheiro em muitas áreas e esquecem outras extremamente necessárias. Acredito que independente do que eu penso ou outro pensa, eis a necessidade de repensarmos o que estamos fazendo aqui. O grande detalhe é que nós estamos doentes, o planeta está ótimo, está mais saudável e mais bonito - argumenta.
Ao falar da família como pilar diante da crise, Júnior relembra o seu passado de um garoto de origem humilde em São Luís, sua terra Natal, que mesmo atravessando o oceano Atlântico para vivenciar o Velho Continente não perdeu a origem e a identidade. Mostra-se preocupado com a família que deixou em busca dos seus sonhos, além da sua preocupação com o outro. Enfim, ele defende e valoriza a importância do lar doce lar e de um núcleo familiar consistente.
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- A minha família sempre curti muito. Sempre tive este alicerce, esta coluna que não quebra. Sempre corri muito para conquistar um lar em qualquer canto que eu morei. Aqui em Portugal sempre fico em casa, faço minhas festinhas em casa. Tenho os meus gatos que trouxe do Brasil. Meu filho é caseiro, adora o cantinho dele, adora o garota. Somos uma família caseira. Isto não me tira o sono, o que me tira o sono é saber que no mundo inteiro, especialmente no Brasil, muitas famílias não tem casa. Falo isso lembrando da minha infância humilde, época em que morei em casa de taipa. Eu sei como apertar as calças - reflete.
Júnior Mouriz
Músico e DJ, faz um live set com música brasileira, black, hip-hop e deep house, além de solos quentes e marcantes com seu violino e gaitas.
Fez parte da banda do cantor Seu Jorge desde 2006, com quem gravou diversos CD’s e DVD’s, inclusive o “América Brasil”, vencedor do Grammy Latino 2008, “Melhor álbum de MPB”.
Tocou em grandes festivais por todo o Brasil, Espanha, Portugal, Irlanda e Inglaterra, onde gravou o “Letter… with Jools Holland”, London BBC.
Fez parte de projetos importantes na música eletrônica nacional, como:
Yex Premium – DJ, sax, percussão, 3 violinos e gaita.
SuitBOSS – DJ, guitarra, violino, gaita e vocal femenino.
Skills – trio de violinos, guitarra, gaita e DJ.
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