Confinamento no QGzinho em SP

Nathalia Ferro e Maria Ó lancam Quarto Sala e disponibilizam videoclipe no You Tube

O duo Mana, formado pela maranhense Nathalia Ferro e a paulista Maria Ó, falaram do single, do futuro disco, de como estão administrando a quarentena e das lives como opção momentânea para o artista mostrar o trabalho,

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
Nathalia Ferro e Maria Ó em bate-papo no Plugado, na Mirante FM (Nathalia Ferro e Maria Ó)

MANA é um duo formado pela maranhense Nathalia Ferro e a paulista Maria Ó. Elas são cantoras e compositoras que, ao longo dos últimos anos, tem dividido o mais íntimo que nelas habitam: a arte e o amor. Em conversa nesse domingo (26/4), no Plugado, na Mirante FM, as duas falaram da música "Quarto Sala", cujo vídeoclipe já está disponível no canal do Youtube e demais plataformas de streaming, do futuro disco, além de como estão vivendo a quarentena e das lives como opção de mostrar o trabalho via on-line.

Nathalia explica sobre o processo de criação de “Quarto Sala. Segundo ela, música foi concebida há três anos e composta por elas. Só foi gravada em janeiro deste ano.

- Quarto Sala foi composta há três anos. A gente fez ela em nosso QGzinho, nossa casinha, lá em Barra Funda, em São Paulo, era um quarto sala. Esta música fala do nosso encontro, do que aconteceu quando a gente se conheceu, se apaixonou e começou morar juntos no mesmo dia. Este é o mote da canção. Só que lançar neste momento de Quarentena deu um sentido extra porque as nossas vidas estão reduzidas ao quarto e sala. Acho que ela veio a calhar, se encaixou - revela.

Todo o processo de pós-produção foi realizado já após o início do isolamento social no Brasil, devido a pandemia da COVID-19. Papeando com as duas sobre como estão administrando o momento de Quarentena, Nathalia disse que os primeiros dias foram de surto, mas garante que já entendeu o processo. Ela elogia a função social da internet na crise. Para Maria Ó, a quarentena está servindo para ressignificar a forma de fazer arte.

- A gente no primeiro dia ficou surtada que nem todo mundo. Depois a gente descobriu as novas possibilidades que estão se abrindo neste momento para gente se comunicar, se expressar. A internet estava sendo sub-utilizada. A gente estava concentrando a internet em postar conteúdo de baixa qualidade, isso falo de forma em geral. Agora a gente entendeu que a gente pode utilizar estas plataformas para postar cultura, arte, coisas boas. A gente está feliz, a gente teve o disco para finalizar nesta quarentena. Então, é isso. O artista tem de ir aonde povo está. E povo está todo na internet. É pra lá que a gente vai - enfatiza Nathalia. - Vejo este momento como o de ressiginificar a forma de fazer, produzir, divulgar esta arte. forma de está junto, dar sentido a produção artística - complementa Maria Ó.

Sobre a onda das "lives", se achavam ter virado uma "modinha" e caído no lugar comum. Maria Ó com o Poder da Palavra defende que as "lives" não viraram uma "moda", mas sim um recurso positivo a mais para quem faz arte.

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- As "lives" não viraram modinha, as "lives" viraram recursos. Eu, Maria Ó, não consigo entender muito quando as pessoas reclamam da quantidade de lives. Pelo que tenho visto e acompanhado as "lives" algumas costumam ser de alta qualidade, inclusive geram diálogo que talvez a gente não tenha isso no show. Esta oportunidade de alguém que faz uma pergunta no meio do show e você conversa um pouco, pensa sobre a situação atual. A gente fez algumas "lives". Eu fiz quanto Maria Ò. Nath fez enquanto Nathalia Ferro, a gente fez com o Mana também. E todas foram super-legais, por conta da saudade também, e dos amigos que compartilham a ideia. É um momento de encontro como as coisas funcionam agora. Esta coisa da "modinha", eu penso em excesso. Cada um tem que sentir o seu. A gente fez três semanas seguidas lives, depois deu um tempo pra pensar, pra lançar os materiais, pra dar um respiro, pra elaborar as próximas, sair um pouco do nosso repertório, procurar fazer "lives" de outras coisas. É momento. Nada contra a modinha. Sou a favor desta modinha - brinca.

Para esse futuro-presente de pandemia e pandemônis, elas reservam o lançamento do primeiro álbum. Elas protagonizam todas as frentes da gravação desse disco, colocando a assinatura de duas mulheres desde a fase embrionária desse projeto.

O primeiro álbum do duo MANA, cujo título recebe o mesmo nome do projeto, tem previsão de lançamento para o fim deste mês.

- A gente está finalizando o disco, estamos no finalmente. A gente está adorando inventar as possibilidades para lançar o disco, nos conectar mais com as pessoas a partir dessa mensagem. É um trabalho que está sendo lançado no tempo certo, apesar das pessoas dizerem que não está no tempo de lançar as coisas porque o país está angustiado com os problemas da política e da pandemia. Acho que a função do artista é justamente essa, o artista é um ser do tempo. Tô muito feliz em lançar o trabalho que fala desse tempo. O engajamento é este. A gente está pensando dia após dia, se adaptando a cada movimento dessa transformação, dessa transição. E no futuro a gente estará do mesmo jeito, sempre se adaptando, sempre se transformando, sempre viva, até quando Deus quiser. Estamos muito felizes e espero estar feliz no futuro quando ele chegar estaremos prontas para novas possibilidades - ressalta.

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