SÃO LUÍS - O Maranhão está prestes a se destacar no cenário nacional e internacional do judô paralímpico. Seis atletas do Instituto Maranhense de Deficientes Visuais (IMDV) se preparam para representar o estado no Grand Prix de Judô Paralímpico, que ocorrerá entre 13 e 15 de setembro de 2024, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Esse evento reunirá judocas de diversas partes do Brasil, celebrando a inclusão e o desenvolvimento de atletas com deficiência visual.
Trajetória Inspiradora dos Atletas
Um dos principais atletas do IMDV, Ricardo da Silva, 47 anos, começou no judô em 2012, apoiando um amigo, e rapidamente se apaixonou pelo esporte. Com baixa visão, ele conquistou a primeira medalha paralímpica de judô para o Maranhão. Agora, se prepara para alcançar a faixa preta e espera trazer mais uma medalha para o estado. Ricardo reflete: “O judô não é apenas um esporte, é uma escola de vida que me ensinou disciplina e serenidade.”
Gabriela Vieira da Silva, 25 anos, é a única mulher da equipe e, ela que é totalmente cega, tem uma participação de destaque. Iniciou sua trajetória no atletismo, mas se apaixonou pelo judô ao conhecer a modalidade através de amigos. Ela ressalta: “O sensei nos dá a confiança necessária para competir, e a equipe se tornou uma família, o que faz toda a diferença.” Para Gabriela, o Grand Prix é uma oportunidade de aprendizado e crescimento, além de uma forma de mostrar a força do esporte na transformação de vidas.
Judô Paralímpico no Brasil
O judô paralímpico, disputado por atletas com deficiência visual, segue regras similares às da Federação Internacional de Judô, com adaptações para atender às necessidades dos competidores. A modalidade começou a ser praticada no Brasil nos anos 80 e, desde então, tem trazido diversas medalhas para o país, com destaque para o multicampeão Antônio Tenório. No Grand Prix, os atletas competirão em categorias de peso e com classes divididas pelo grau de deficiência visual: J1, para cegos totais, e J2, para aqueles que ainda possuem alguma percepção visual.
Apoio e Reconhecimento
A participação dos atletas no Grand Prix foi possível graças ao apoio da Lei de Incentivo ao Esporte e de patrocinadores como o Jacaré Home Center. Etevaldo Santos, presidente do IMDV, agradece o suporte recebido e enfatiza a importância do trabalho coletivo.
“O sucesso é fruto de um esforço conjunto. Vamos para São Paulo com humildade e respeito pelos adversários, buscando conquistar grandes resultados,” afirma.
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Etevaldo, que também é deficiente visual, destaca o impacto da Lei de Incentivo ao Esporte na realização dos objetivos do IMDV, permitindo o foco na preparação e no desenvolvimento dos atletas.
Jamile Santos, coordenadora de esportes do IMDV, reforça a importância do Grand Prix como vitrine internacional e como reconhecimento do potencial dos atletas. Ela aponta que o sucesso no evento poderá abrir portas para novos projetos e parcerias, além de inspirar outras pessoas a se envolverem com o esporte, especialmente no interior do Maranhão, onde muitas vezes faltam oportunidades.
Novos Horizontes para o Judô no Maranhão
O Grand Prix de Judô Paralímpico marca o início promissor do novo projeto do IMDV a deficientes visuais, combatendo o Capacitismo por meio do Judô. Segundo Etevaldo, esse evento é o começo de uma jornada para tornar o judô uma ferramenta de inclusão e desenvolvimento para todos. O instituto também abrirá inscrições para turmas de judô, tanto para pessoas com deficiência quanto para aquelas sem deficiência, promovendo a integração e o respeito mútuo através do esporte.
Com menos de um ano de atividade, o IMDV já se consolida como uma instituição relevante no apoio a pessoas com deficiência visual no Maranhão. A participação dos atletas maranhenses no Grand Prix reflete o potencial transformador do esporte e a importância de iniciativas de apoio, como a Lei de Incentivo ao Esporte, na promoção da inclusão e da excelência no cenário esportivo.
Compromisso com a Inclusão e o Esporte
Fundado em 2023, o IMDV tem se destacado por seu compromisso com a inclusão de pessoas com deficiência visual por meio do esporte e de atividades culturais. Sob a orientação do técnico Danilo Nascimento, os atletas vêm se preparando intensamente para essa estreia nacional. Danilo, faixa preta desde 2017, iniciou sua jornada no judô em 2008 e, após uma aula experimental, dedicou-se ao treinamento de pessoas com deficiência visual. “Ensinamos técnicas para fortalecer os pontos fracos e desenvolver confiança no tatame,” explica o instrutor. A equipe do IMDV conta ainda com fisioterapeutas para garantir a melhor performance dos competidores.
Para acompanhar as ações do IMDV ou contribuir com doações, siga o Instagram @instituto.imdv ou entre em contato pelo DDD (98) 98204-1692.
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