Lançamento de dardo

Shirlene Coelho conquista 3ª medalha em paralimpíadas

Ela cravou a marca de 37,57m e virou bicampeã paralímpica.

Patrícia Serrão/Portal EBC

Atualizada em 27/03/2022 às 11h29
A trajetória da campeã brasileira passa muito pelo acaso ou pelo destino. "Eu não cheguei ao esporte paralímpico, o esporte paralímpico chegou a mim, me abraçou e não me largou", diz Shirlene. (Foto: Márcio Alves / Agência O Globo)

RIO DE JANEIRO - "Um ginásio lotado, gritando o meu nome. Eu sou Shirlene Coelho, conhecida pelo público". Com esta frase, a atleta do lançamento de dardo classe T37, para desportistas com paralisia cerebral, demonstrava toda a empolgação ao conquistar o ouro neste sábado (10), nos Jogos Paralímpicos do Rio. Ela cravou a marca de 37,57m e virou bicampeã paralímpica. Os cinco lançamentos válidos feitos pela sul-matogrossense alcançaram marcas que a permitiriam ganhar a prova.

A trajetória da campeã brasileira passa muito pelo acaso ou pelo destino. "Eu não cheguei ao esporte paralímpico, o esporte paralímpico chegou a mim, me abraçou e não me largou", diz Shirlene.

Em 2005, quando procurou uma organização que ajudasse pessoas com deficiência a entrarem no mercado de trabalho, foi convidada a participar também do esporte e, graças a sua estrutura física, a convidaram para participar do basquete em cadeira de rodas. Ela conseguiu o emprego de assistente geral e a vaga no time, mas desistiu do basquete um mês depois.

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"Eu não me adaptei, aí, em 2006, eu fiz um teste no atletismo paralímpico, no lançamento de disco. Com três meses treinando lançamento de disco, eu fui para a minha primeira competição regional em Uberlândia, onde o meu primeiro técnico falou para mim 'olha disco é a sua prova, o dardo e o peso você vai brincar'. E nesta brincadeira eu conheci o dardo um dia antes de viajar e com esta brincadeira bati o recorde brasileiro na competição, sem ao menos treinar o dardo. Eu peguei o gosto pela coisa e estou aqui hoje", conta sem esconder o sorriso estampado no rosto.

Continuou mais dois anos no emprego, conciliando os horários de treino com o de trabalho, até conseguir se dedicar apenas à vida de atleta e foi recompensada pela escolha e dedicação. Esta é a terceira medalha de Shirlene em Paralimpíadas. A atleta obteve um ouro em Londres 2012 e uma prata em Pequim 2008.

Ela compete ainda em outras duas provas na Rio 2016, no arremesso de peso e no lançamento de disco. Apesar de não serem a especialidade da atleta, ela diz que está com esperanças. "As duas provas eu vou competir, competindo vamos ver também o que vai acontecer, mas eu treinei também".

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