Carnaval 2015

Marchinhas: conheça um pouco da história e algumas letras

<i>Click</i> na letra e aproveite para dançar ao som das mais conhecidas.

Luciano Dias / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h46
( Foto: Reprodução / Internet )

SÃO LUÍS - Não é muito difícil explicar essa forte atração que as marchinhas de Carnaval exercem sobre quase todos. Com um compasso binário, andamento acelerado e melodias simples, que cativam rapidamente o ouvinte. Com letras irônicas, bem debochadas, com duplo sentido ou com muita sensualidade, as marchinhas são fáceis de compreender e memorizar.

A primeira marchinha foi Ó Abre Alas, uma composição de Chiquinha Gonzaga, em 1899, feita especialmente para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.Esse estilo musical foi importado de Portugal. As marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917

Pesquisadores apontam que as marchinhas eram crônicas urbanas criadas em uma época em que o Rio de Janeiro, era conhecido como o verdadeiro coração cultural do Brasil. E era lá, que se encontravam as principais emissoras de rádio, gravadoras de discos e os grandes estúdios.

Mas falar de marchinhas de forma teórica não faz o menor sentido. Para se compreender o verdadeiro espírito deste magnífico gênero musical é preciso citar pelo menos algumas das marchas, dos compositores e cantores que marcaram os grandes Carnavais. Aqueles de salão, com direito a muito confete e serpentina, e o famoso e inesquecível triângulo amoroso da colombina, pierrô e arlequim.

O Imirante.com fez uma seleção de algumas das grandes marchinhas que permanecem na memória dos brasileiros e que se tornaram um verdadeiro sinônimo de Carnaval.

Veja as letras das marchinhas de carnaval mais famosas do Brasil:

ALLAH-LÁ-Ô (Haroldo Lobo-Nássara, 1940)

Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara

Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom allah

AURORA (Mário Lago-Roberto Roberti, 1940)

Se você fosse sincera
Ô ô ô ô Aurora
Veja só que bom que era
Ô ô ô ô Aurora

Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor
Madame antes do nome
Você teria agora
Ô ô ô ô Aurora

Ô BALANCÊ (Braguinha-Alberto Ribeiro, 1936)

Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
Ô balancê balancê

Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê balancê

Você foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê balancê

Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa e eu vou me acabando
No balancê balancê

MAMÃE EU QUERO (Jararaca-Vicente Paiva, 1936)

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebe não chorar

Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira e vem entrá pro meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana

Olho as pequenas mas daquele jeito
Tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ (Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959)

Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!

Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!

CACHAÇA (Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953)

Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça

CABELEIRA DO ZEZÉ (João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963)

Olha a cabeleira do zezé

Será que ele é

Será que ele é

Será que ele é bossa nova
Será que ele é maomé
Parece que é transviado
Mas isso eu não sei se ele é

Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!

A JARDINEIRA (Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938)

Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo seu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

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