Entrevista

"Uma vibração especial", diz Bruno Batista sobre São Luís

Cantor inicia turnê do disco "Lá" nesta sexta-feira (30).

Gustavo Sampaio/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54
(Divulgação)

SÃO LUÍS - O bom filho à casa torna. Se bem que a morada do cantor Bruno Batista é plural. Poderia ser em São Paulo, Recife, Piauí e Rio de Janeiro. Inclusive, na capital maranhense, local onde o artista decidiu iniciar a turnê de "Lá", seu mais novo disco. Em entrevista ao Imirante.com, o compositor comentou sobre o show de lançamento do disco nesta sexta-feira (30), no Teatro Arthur Azevedo (TAA), sobre as participações e inspirações neste novo registro.

Com o patrocínio do Sistema Fiema/Sesi, o show marca o início da turnê do novo disco, que é o terceiro da carreira de Bruno Batista, depois da estreia homônima em 2004 e de "Eu Não Sei Sofrer em Inglês", lançado em 2011. "O show vai ter 80% do disco novo, linguagem muito particular e, no palco, ele cresce bastante, mas é legal dar uma cadenciada com canções do disco "Eu não sei sofrer em inglês", afirmou o compositor. Entre as canções privilegiadas do registro anterior, estará "Nossa Paz" e "Tarantino, meu amor", por exemplo. Além das canções de "Lá" e do já citado segundo álbum, a apresentação, também, terá espaço para material inédito. "Vamos fazer uma música inédita, chamada "Batalhão de Rosas", uma canção que eu fiz. Tem isso, você acaba de lançar um disco, mas o processo de composição não cessa e essa caiu como uma luva para o show", analisou.

Entre os que acompanharão Bruno Batista nesta apresentação, estão a cantora Dandara (voz), Rovilson Pascoal (guitarras e bandolim), André Bedurê (guitarras), Ricardo Prado (baixo e teclados), Chico Valle (percussões) e Guilherme Kastrup (bateria), além da participação especial do cantor Claudio Lima. Apesar de não revelar as canções que Claudio e Dandara dividirão, Bruno reforça a parceria dos amigos. "Estou trazendo a Dandara que é uma cantora que gravou comigo no disco e vai cantar várias canções no show. Então, achei melhor chamar só o Cláudio que é um grande parceiro meu e, inclusive, vai assinar o cenário", complementou Bruno.

O começo em São Luís só reforça a ideia de Bruno em estar mais presente em terras nordestinas. "Queremos fazer muito pelo Nordeste que é um vácuo na minha carreira. (...) Estou tentando fazer um pouco nessa turnê", disse o cantor que já está com apresentação marcada na capital paulista e planos de ir para Brasília e Rio de Janeiro.

Mas o início da turnê em solo maranhense tem uma energia diferente para músico. "Estava doido pra trazer para São Luís o show, porque é sempre auspicioso chegar em nossa cidade, sempre “energizante”. Eu queria vir pra cá logo pra gente seguir em turnê em várias cidades do país como a gente fez no anterior, mas é sempre legal começar por São Luís que foi onde tudo começou na minha vida. (...) Dá uma vibração especial", celebra.

Trabalho: a carreira e suas mudanças

A necessidade de fazer algo diferente, à cada álbum, é algo necessário para bruno Batista reinventar-se. E, para justificar essa renovação, ele busca exemplos na sétima arte. "Sou ‘fanzaço’ de cinema. Eu vejo muito dos meus heróis do cinema, como [Martin] Scorcese, [Stanley] Kubrick e eles nunca fazem o mesmo filme. Kubrick fez "Laranja Mecânica", "Nascido Para Matar", "De Olhos Bem Fechados" e cada um de uma forma diferente e música tem isso das pessoas quererem continuidade do trabalho, para que as pessoas se deleitem com aquilo que já se deleitaram antes. Eu penso nos meus discos mais ou menos como eu penso cinema. É como se fosse um filme e vou contando histórias nesse filme, com outros atores, de outros formatos e eu pretendo fazer assim pelo resto da minha carreira", reforçou o cantor, que já afirmou ter referências cinematográficas em seus álbuns, como o diretor Tarantino e uma menção à personagem Clementine, de "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças".

"Lá" traz mudanças em relação a seus antecessores e, de certa forma, acaba marcando os dez anos de carreira do compositor. "É legal isso, saber que em três anos eu lancei três discos num mercado tão difícil, com o tipo de música que eu faço que é independente, extremamente autoral. Então, é legal. Dez anos com três discos [risos]", comemora.

Se o cinema e São Paulo, cidade por onde o músico ficou por quase três anos e criou seu ciclo, foram grandes influências para o cantor, elas, contudo, não são as únicas. "Cresci ouvindo Chico Buarque, muito Luiz Gonzaga, Tom Jobim", revela Bruno ao lembrar-se dos discos ouvidos pelo pai na infância. Mas outro parente, também, lhe foi importante em seu crescimento musical: o tio Naeno. "Foi por meio dele que tive vontade de compor. Ele sentava nos saraus na casa da minha avó e começava a cantar as músicas dele e toda a família cantava. Eu achava aquilo de um poder imenso, mas depois disso, a gente vai criando outras influências", relembra.

Mesmo imerso na companhia de uma cena paulista que só cresce ano após ano, Bruno Batista afirma acompanhar a cena musical local [em São Luís], citando nomes como Pedeginja, Marcos Lamy e Nathalia Ferro. "Há uma turma nova talentosíssima que faz exatamente o que acontece em SP. Um toca com o outro, todos se apoiam. Eu acho isso extremamente salutar e faz muito bem para a cena do Maranhão", analisa.

Em breve, mais novidades de Bruno Batista devem ser divulgadas. Além de novas datas da turnê de "Lá", a música "Do Abraço", presente no novo disco, ganhou videoclipe dirigido pelo cineasta maranhense Arturo Sabóia, premiado recentemente pelo curta "Acalanto".

Os ingressos estão à venda na sede do jornal O Imparcial (no bairro do Renascença), no Bar do Léo (no bairro do Vinhais), na loja Play Som (localizada no Tropical Shopping) e, também, na bilheteria do Teatro Arthur Azevedo (TAA). Os valores são de R$ 30,00 para plateia e frisa, e R$ 20,00 para balcão e galeria.

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