Não se deixe assustar pelos dados. Nas condições normais de temperatura e pressão, seu fígado processa 10 ml de álcool a cada hora. Isso significa dizer que ao beber uma latinha de cerveja (350 ml, com 5% de teor alcoólico), seu corpo tem que processar 17,5 ml de álcool. Mas o endocrinologista carioca Pedro Assed lembra que “ressaca é algo muito individual”. E segundo o médico, há pessoas que nasceram com uma genética quefavorece a metabolização.
Ainda assim, sendo você (ou não) o popular “fígado de ferro”, é bom lembrar que para não sofrer com os excessos do álcool, além de maneirar na dose, é preciso estar sempre hidratado. Assed adverte: “Cada um tem uma quantidade de enzimas que metabolizam o álcool. E a ressaca é justamente os resquícios deste álcool no sangue”.
Então já sabe: quanto mais você bebe, mais desidratado você fica - e maior será sua chance de sucumbir à ressaca. Quer evitar? Confira a lista com 10 dicas preparadas pela GQ Brasil para escapar do mal-estar e pular os quatro dias de Carnaval na moral.
Água
Ressaca nada mais é que seu corpo gritando por hidratação. “O álcool desidrata porque inibe a produção do hormônio antidiurético, que estimula a perda de líquido do corpo”, explica a nutricionista Marcela Frias, da Clínica Dicorp. Então não adianta espernear. Para driblar a ressaca, encha a cara de água. “É necessária uma ingestão média de dois a três litros de líquidos como água, sucos de frutas e água de coco”, recomenda;
Alimentação
Tudo bem que no Carnaval você só queira ‘comer água’, como dizem os baianos. Mas para evitar a dor de cabeça, é melhor se preocupar com a alimentação. “Comer bem antes de começar a beber, diminui a absorção do álcool pelo organismo”, diz a nutricionista Marcela Frias. Ainda assim, nada de comer besteira. O segredo é abusar da gordura boa. “Ela pode ser encontrada em peixes, castanhas, azeite de oliva extravirgem e no abacate”, ensina ela, que lembra que a gordura ruim sobrecarrega o fígado.
Cairboidratos
Sabe aquela vontade incontrolável de comer algo gorduroso durante a ressaca? Não caia nessa. Isso é o seu corpo pregando uma peça em você. “Para ficar bem e recuperar as energias perdidas, coma frutas e vegetais e inclua no cardápio carboidratos complexos como pão e biscoito de água e sal”, indica Marcela Frias. “São essas comidas que darão energia para processar as toxinas e o excesso de bebida”, completa. A nutricionista ainda recomendar evitar os alimentos de difícil digestão ricos em açúcar, leite, além de refrigerantes, preparações gordurosas e carnes vermelhas.
Misturas
Vodca, cerveja, cachaça. Tudo junto e misturado. Afinal, pode ou não pode? Poder, pode. A ressaca não acontece porque você misturou diferentes marcas de cerveja - ou mesmo tipos diferentes de bebida alcoólica. “O que realmente importa é a quantidade e o teor alcoólico do que é ingerido”, explica Marcela Frias. Então já sabe: bom senso é fundamental para escapar da ressaca.
Serotonina
Mas não teve jeito e você enfiou o pé na jaca. Quer curar o mal-estar? Marcela Frias lista alimentos capazes de fazer você dar a volta por cima: “Banana, abacate, castanhas e nozes, além do arroz, batata, grão de bico, feijão, lentilha e mel são alimentos que agem na produção de serotonina, um neurotransmissor que melhora o humor e ajuda a diminuir dores do corpo”. Para arrematar a recuperação, invista nos chás. “Hibisco, dente de leão e chá branco são excelentes desintoxicantes”, recomenda a nutricionista.
Hidratação
Acordou com a cabeça latejando? Antes de qualquer coisa, hidrate-se. Mas se ainda assim quiser fazer uso de analgésicos ou apelar para remédios que prometem curar a ressaca, saiba que essas medicações, explica o endocrinologista Pedro Assed, contêm ácido acetil salicílico e componentes revigorantes como a cafeína e o ginseng, que ajudam na metabolização do álcool no fígado. “Os comprimidos ajudam no bem estar físico, mas a principal receita para curar ressaca ainda é a hidratação”, afirma o médico.
Sintomas
Para dor de cabeça, Marcela Frias recomenda alimentos como salmão, atum, chia e linhaça. Enjoo? A nutricionista lembra que gengibre é bastante indicado para acalmar o estômago e fica ótimo em sucos. E se açúcar é proibido, aposte no mel. “Ele tem açúcar natural [frutose] que é absorvido rapidamente pelo organismo”, diz ela.
Cura
Sem os aditivos do drink, o suco de tomate pode sim ajudar na cura da ressaca. “O tomate possui propriedades antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres gerados a partir da ingestão de álcool”, explica a nutricionista Alessandra Almeida. Não confunda com Bloody Mary.
Detox
Não precisa esperar a Quarta-feira de Cinzas para investir no detox. O suco que coloca você de pé mesmo depois de todo excesso carnavalesco, deve fazer parte do seu cardápio. A nutricionista Alessandra Almeida, da Clínica Andréa Santa Rosa, dá a receita: “Você pode misturar a couve, que elimina as toxinas do álcool, com pedaços de maçã, fruta de ação antiinflamatória, e finalizar com o suco do limão, que além de fonte de vitamina C, também auxilia no processo de ativação de enzimas hepáticas voltadas para detoxificação”. Fica a dica.
Dormir
O começo do Carnaval é também a contagem regressiva para o fim da festa. Mas lembre-se que a folia acontece todo ano. E para ficar inteiro durante os quatro dias, não existe milagre. Dormir é preciso. De acordo com a nutricionista Marcela Frias, falta de sono causa “irritação, cansaço, sonolência e instabilidade emocional”. Então escolha: vai pular durante o dia? Durma à noite. Vai varar a madrugada? Levante mais tarde.
Mais
Alguns abusos cometidos por foliões podem resultar em doenças sérias, como alguns tipo de arritmias cardíacas. Especialistas membros da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) alertam para os exageros cometidos nesse período, que podem estragar a festa. "O grande problema é quando as pessoas exageram e desrespeitam os limites do próprio corpo", diz o Presidente da Sobrac, o cardiologista baiano Luiz Pereira de Magalhães. Entre os principais fatores de risco, está a associação entre álcool e bebidas energéticas. "Esta mistura, ou seu consumo excessivo, pode funcionar como catalizador para a geração de algumas arritmias cardíacas, como as extrassístoles - arritmia supraventricular e ventriculares -, e a fibrilação atrial", alerta Magalhães.
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