Carnaval

"Tenho medo de cair na mesmice", afirma Chiquinho França

Produtor musical fala, ao <i>Na Mira</i>, sobre o Festival de Música Carnavalesca.

Liliane Cutrim/Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h57

SÃO LUÍS - A cada ano o Carnaval se renova com canções, ritmos e cores para alegrar todos os gostos. A criatividade e a alegria dos foliões nunca terminam. No Maranhão, o Carnaval é mais que uma festa anual. É uma comemoração da vida, o momento de extravasar e jogar fora todas as tristezas e cair na folia sem medo de ser feliz.

E não se faz essa festa sem as famosas marchinhas. E toda a irreverência e criatividade dos compositores e cantadores populares tem lugar garantido no Festival Maranhense de Música Carnavalesca, que ocorreu nesse sábado no Ceprama.

Foto: Anderson Fran&ccedil;a/Na Mira.

Em entrevista ao Na Mira, o arranjador e produtor musical oficial do festival, Chiquinho França, falou da importância do evento como incentivador da cultura maranhense. “Esse festival ajuda a manter essas marchinhas vivas em nossa cultura. Nossa missão é abrir espaço para que novas músicas sejam compostas. O repertório é atualizado todos os anos. Há 13 festivais que colocamos 12 novas canções, por ano, no mercado”, ressalta.

Foto: Anderson Fran&ccedil;a/Na Mira.

Peculiaridade do Festival

Para o produtor, a diferença do Festival Maranhense de Música Carnavalesca de outros festivais é que as músicas são gravadas antes do evento. Dessa forma, os artistas podem divulgar suas canções para a torcida, além de as fazerem conhecidas do público. “O festival já virou um show, todo mundo canta e se alegra”, diz o produtor.

Preocupações

“Eu sempre me preocupo toda vez que fazemos o festival. É complicado, como arranjador e produtor, fazer novos arranjos. Minha preocupação é não cair na mesmice”, afirma Chiquinho. Segundo ele, o bom do Maranhão é que o Estado é um caldeirão de ritmos. As músicas produzidas aqui têm lugar para o samba, frevo, tambor de crioula, blocos tradicionais, entre outros. “Nossa peculiaridade está no modo de tocar que é bem nosso. Temos um sotaque diferente do que tudo que já vimos por aí”, defende.

Madre Deus

Para Chiquinho, a Madre Deus é o coração da cultura popular maranhense. O local, segundo o produtor, precisa ser mais bem cuidado. “A Madre Deus é pequena, mas cabe todo mundo. Precisa ser cuidada para que o turista se apaixone mais pela nossa cultura”.

Expectativas

Sobre o que ele espera para os próximos anos de festival, Chiquinho França foi enfático em dizer que sempre sente um frio na barriga toda vez que começa a trabalhar no evento, mas que o desafio se torna prazeroso quando ele é surpreendido com novas composições de ótima qualidade. “A minha alegria é que a música nunca morre, e a criatividade sempre se renova. E agora, com a internet, essas canções ganham o mundo. Tem muita gente boa surgindo. A geração antiga se vai, infelizmente, mas que bom que têm pessoas empenhadas em não deixar isso morrer”, finaliza.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.