SÃO LUÍS - Quando se fala em carnaval, sonhos, luxo e fantasia, é quase impossível não sonhar com Veneza e seus bandos de mascarados e mascaradas e seus olhares enigmáticos. O objeto esconde o rosto e revela, através dos olhos, os desejos e a fantasia mais encobertos na alma. Um olhar enigmático que parece dizer: Eu lhe ofereço a minha alma através destas janelas.
Palmas para Veneza! Lugar distante que mais parece um sonho e que se torna realidade, como exposição, para levar os visitantes a um encontro real com seus sonhos. Em busca dessa magia, o ator, aderecista e diretor da Tapete Criações Cênicas abrirá, nesta sexta-feira, dia 16, a partir das 19h, no Cardoso Casa & Arquitetura (Avenida Daniel de La Touche – Cohama), a exposição de Máscaras Carnavalescas. Essa ação faz parte do projeto cultural da Casa, aberto desde janeiro e que oferece gratuitamente o espaço para os artistas, escritores e demais profissionais.
Esse tipo de exposição propõe interatividade. Com algumas peças disponíveis para manipulação, permitindo que o visitante possa vivenciar a emoção inesquecível de usar uma máscara luxuosa ou experimentar uma bonita capa de época. As peças são confeccionadas no estilo veneziano e têm como base a atadura gessada. Sua cobertura e acabamento são feitos com os mais diversos materiais, desde elementos encontrados na natureza, ao veludo e a pedraria mais luxuosa.
As máscaras são ornadas com lenços coloridos e vistosas capas com adereços. O tema, Veneza, é apenas um pretexto, um ponto de partida, para o mergulho na magia do carnaval e nas máscaras, elementos e fantasias, que compõem esta festa maravilhosa. A própria criação da exposição, é um mergulho na infinidade de materiais, atitudes, costumes e brincadeiras do povo brasileiro, em especial, o maranhense.
A exposição contém releituras de personagens tradicionais do carnaval maranhense (fofão, cruz-diabo, etc). Veneza-Brasil-Maranhão, máscaras que se perpetuam no tempo, através da nossa manifestação cultural. Máscaras do povo brasileiro e de povos que vieram de longe trazendo suas crenças e costumes. Durante o carnaval colocamos a máscara e revelamos as fantasias; brincamos e louvamos o Deus Dionísio! Satirizando a vida, o folião, exorciza seus males e brinca com a tragédia, provocando a catarse, onde suas dores e dificuldades cotidianas são expurgadas, permitindo que a força humana se revele.
Urias de Oliveira – Ator, dançarino, aderecista e diretor. Recebeu o prêmio 96 / 97 com “Catirina” e melhor ator no Festival de Monólogos de Teresina (PI) e Goiânia (GO) em 1999 com o monólogo “A Escrita do Deus”. Em 2000 atuou no espetáculo gestual “A Dança do Encoberto” (Espanha). Como diretor realizou O Rapto das cebolinhas; Pluft, o Fantasminha; e, atualmente, é diretor artístico, ator e pesquisador da Cia Tapete, Criações Cênicas, dirigindo e atuando em performances, espetáculos teatrais e ministrando oficinas de teatro e de Contadores de Histórias.
Na Cia Tapete dirigiu os espetáculos Galatéia Club e Os Sonhos de Tom e Theo. Em 2004 estreou com o núcleo de atores da Cia Tapete Criações Cênicas o espetáculo Iaô - O Caminho dos Mistérios. Com este espetáculo realizou temporadas em São Luis (Fonte do Ribeirão e Teatro Arthur Azevedo); participou da VII Mostra Cariri de Teatro na cidade de Crato (CE), no Festival Maranhense de Teatro e reabertura do Teatro Arthur Azevedo.
Urias de Oliveira, recentemente, dirigiu os espetáculos A Mulher Distante e Medeia in Mortal, solos estrelados por Rosa Ewerton e Claudina Cotrim, respectivamente. Ambos estrearam em dezembro de 2005, em São Luis do Maranhão. Realizou exposições de Esculturas de Veludo no Museu de Arte Sacra em 1995; Pano Sagrado, com estandartes e temática religiosa no Centro Popular Domingo Vieira Filho em 2004; e participou da exposição Fenda, Dança com os Espíritos com máscaras confeccionadas a partir de estrume bovino, realizada na Galeria do Sesc.
Urias foi vencedor no ano passado do Concurso Mascarado, nas categorias luxo e originalidade, realizado no período carnavalesco no Centro de Cultura Popular Domingo Vieira Filho.
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