IMPERATRIZ – Como o fim das escolas de samba na década de 90, entraram no cenário carnavalesco de Imperatriz, os blocos particulares. Seguindo o modelo do Carnaval baiano, os blocos alternativos começaram em 2000 e durante quase uma década dominaram a festa mais popular do país, entrando em declínio em meados de 2006.
Quem não se lembra do apogeu dos blocos Só te Pegando, Me Leva, Cadê Você, Eu e Você, Agora é Nóis? São blocos que fizeram história. No entanto, com a mudança do Carnaval, que ocorreu na atual administração, onde o Carnaval de axé deu lugar às marchinhas, esses blocos desaparecem do circuito da folia.
O bloco Cadê Você, considerado o precursor, nasceu em 2001 e fez parte do cenário até 2006, quando acabou, segundo um dos organizadores, por perseguição política e falta de apoio, tanto na esfera estadual quanto municipal. “Em 2005, ano em que nasceu a Levada Elétrica, começou a perseguição. Enquanto jogavam 100 mídias do Só te Pegando na TV em horário nobre, jogavam cinco nossa durante a madrugada para ninguém ver”, relembra Willian Fernandes que junto com irmão, Francisco Fernandes organizava o bloco.
No auge do sucesso, em 2004, o Cadê Você que vendeu 150 abadás, atingiu dois mil participantes e era o principal rival do Só te Pegando, mas, tão grande quanto.
Os blocos contavam com animação de trio elétrico, muitas vezes vindo da Bahia, e bandas de axé, uma estrutura que movimentava muito dinheiro. “Para colocarmos esse bloco na rua, só de despesas, gastávamos algo em torno de R$ 150 mil. Se voltasse hoje com a mesma estrutura não ficaria por menos de R$ 300 mil”, conta Willian que acredita na volta do bloco.
O Carnaval de axé perdeu a força em Imperatriz e com ele, os grandes blocos. Dos blocos dessa época, o único que restou foi o Agora é Nóis, hoje com 14 anos. Um bloco bem menor em termos de estrutura, do que o Só te Pegando e Cadê Você, mas tão importante quanto, para a história do Carnaval. Atualmente o Agora é Nóis conta com cerca de 150 participantes e desde sua fundação, participa todos os anos do Carnaval, conforme relatou a organizadora Edite Pereira.
“Organizar um bloco e colocá-lo na rua não é fácil. Geralmente a gente corre atrás de patrocínios. Quem mais ajuda é a rede privada, o poder público pouco contribui”.
Concurso de blocos
Para incentivar os foliões a participar do Carnaval da cidade, a Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), criou o Concurso de Blocos, que premia os blocos mais animados durante a festa. Cerce de 30 blocos particulares costumam se inscrever na Fundação.
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