Ouça o áudio!

Atendente do Samu nega socorro a mulher ferida em Imperatriz

Comerciante viu vítima ferida e ligou para o Samu, que não atendeu ao chamado; ela gravou a ligação e divulgou áudio nas redes sociais.

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h15
Samu em Imperatriz. / Foto: Divulgação.
Samu em Imperatriz. / Foto: Divulgação.

IMPERATRIZ – No último fim de semana começou a circular, pelas redes sociais, um áudio em que se ouve uma mulher ligando para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu192), pedindo atendimento para uma senhora que estava ferida na porta de seu comércio, mas o atendente do Samu se nega a mandar uma ambulância ao local.

Segundo foi apurado, o caso aconteceu na noite do dia 31 de janeiro de 2018, na cidade de Imperatriz, quando a senhora Andreia Barreira de Sousa ligou para o Samu, por volta das 19h35, relatando que tinha uma mulher, na porta de seu comércio no Centro de Imperatriz, com pé e o braço “sangrando muito”.

Na ligação, Andreia Barreira informa que a vítima aparentava ter quase 60 anos e estava gritando por causa dos ferimentos. O atendente questiona se Andreia conhece a pessoa ferida e se a vítima é moradora de rua, a comerciante responde que não a conhece e que ela não aparentava morar na rua.

O atendente pergunta, também, se Andreia Barreira iria acompanhar a mulher ferida até o hospital, porém a comerciante afirma que não poderia, pois estava sozinha em seu comércio.

“A senhora quer que tire (a mulher ferida) da frente do seu comércio?”, pergunta o servidor do Samu.

“Não, eu quero que você socorra ela, porque ela está sangrando”, declarou Andreia.

Nesse momento, o funcionário do Samu afirma que não vai mandar a equipe de socorro, pois não pode levar uma vítima sozinha para o hospital para não ficar jogada.

“Então ela vai morrer aqui? Pode deixar?”, questiona a comerciante.

“Pode deixar, a senhora é que sabe”, afirma o atendente, encerrando a ligação.

Ouça a conversa entre a comerciante e o atendente do Samu.

A conversa foi gravada por Andreia Barreira de Sousa, a qual procurou o Ministério Público do Maranhão no dia 2 de janeiro para denunciar o fato. Porém, devido ao recesso de ano novo, ela só pôde prestar queixa na última segunda-feira (7).

Denúncia registrada por Andreia Barreira de Sousa no Ministério Público do Maranhão, em Imperatriz. / Foto: Divulgação.
Denúncia registrada por Andreia Barreira de Sousa no Ministério Público do Maranhão, em Imperatriz. / Foto: Divulgação.

Segundo o coordenador-geral do Samu em Imperatriz, Alexsandro Freitas, o atendente é servidor público efetivo e já foi afastado de suas funções, enquanto o caso é investigado.

Ainda de acordo com o coordenador, a conduta certa, nessa situação, era o atendente passar a chamada para o médico regulador, o qual é responsável por tomar as decisões referente ao atendimento. O servidor, que não teve o nome divulgado, corre o risco de ser exonerado do cargo.

Segundo os colegas do atendente, o caso é lamentável, pois os consideram um dos melhores servidores.

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