IMPERATRIZ – A acadêmica do último período do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Aparecida Guedes apresentou, em forma de artigo, uma pesquisa no Fórum Internacional de Pedagogia, sobre o nível de alfabetização e letramento numa escola municipal de Imperatriz. Os dados surpreenderam a pesquisadora e estão disponíveis no site do Fiped.
O trabalho denominado Mural Correio na Sala, executado, com a colega Eliane Pereira da Silva, a partir do gênero textual carta para uma turma de alunos do segundo ano do ensino fundamental, com 8 anos de idade, mostrou que não é verdadeira a ideia a qual diz que ao sair da alfabetização os estudantes já sabem ler e escrever.
“Nós encontramos alunos que já liam e escreviam, alunos que conheciam o alfabeto de qualquer ordem que fosse apresentado, mas que não conseguiam construir, unir as sílabas. De segundo ano, em tese, eles já teriam de saber ler e escrever, mas isso é um equívoco”, disse a pesquisadora.
Apesar da descoberta, a academia disse que o resultado final é tido como aceitável porque no Curso de Pedagogia a orientação é que “Se a criança está naquela turma é porque ela vem passando por processo de alfabetização e letramento e, também, já traz de casa algumas noções, conhece as palavras, vê TV, vê sua família e faz suas abstrações”.
A pesquisa foi realizada em três dias como parte de um projeto realizado via Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid),que oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais.
“Nosso trabalho foi baseado no trabalho da autora Emília Ferrero. Ela enfatiza que alfabetização é um processo especifico de codificação e decodificação de sinais gráficos (letras) e o letramento ente é um processo mais elaborado em que a criança, mesmo sem saber ler é capaz de fazer construções, contar uma história e de propor uma conversa”, disse a pesquisadora da UFMA, acrescentando que a proposta inicial era trabalhar a oralidade das crianças que não sabiam ler. Emília Ferrero é uma psicolingüista da Argentina, conhecida por ter desvendado os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever.
A pesquisa
De forma simples, o projeto denominado Mural Correio na Sala, consistiu em uma atividade na qual um aluno escrevia uma carta para o colega e a depositava no mural. A proposta inicial era de que o destinatário recebesse a correspondência e a lesse, mas devido a deficiência de leitura, o remetente e destinatários se reúnam em frente ao mural e o próprio escritor era quem lia para o colega.
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