IMPERATRIZ – O sociólogo maranhense Francisco Lima Soares disse ao portal Imirante Imperatriz que a extinção da vaquejada vai causar muitos prejuízos, não só o financeiro, mas histórico e cultural. O estudioso foi ouvido, na véspera dos atos promovidos por produtores rurais, peões e entidades, contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a vaquejada uma pratica inconstitucional por impor sofrimento aos animais.
De acordo com Francisco Lima Soares, a análise, em geral, não é fácil, mas é inegável os prejuízos que podem ser causados caso a atividade esportiva seja extinta.
“O primeiro olhar comparativo, mas a gente não pode comparar o incomparável, por exemplo, ao comparar a prática folclórica e cultural da vaquejada no Brasil com a tourada na Espanha. Não se pode comparar”, alertou, acrescentado que na tourada o animal é ferido.
O estudioso lembrou que no Maranhão há registro de cavalgadas e vaquejadas datado do ano de 1895, mas a prática sempre foi associada ao caboclo, nunca aos indígenas.
“A vaquejada em si, a análise que é feita, a luz do caboclo, dos povos, por exemplo, do sudoeste do Maranhão depois de 1.985. Nós temos registro de 1895, aqui entre Pastos Bons, Grajaú, e Carolina e Imperatriz, que já estava despontando, vinha, naturalmente as vaquejadas. Tinha as cavalgadas e as vaquejadas”, destacou.
Francisco Lima ressaltou que a vaquejada já se disseminou no ethos cultural do povo e uma ligação do entre a “casa grande” e a senzala, numa referência aos períodos atual e do Brasil Império.
“Encontramos essa festa em vários Estados, em várias partes do nordeste, a maior festa que se tinha a festa do peão de boiadeiro, a festa da vaquejada, essa festa acabando, sendo institucionalizada por lei para dizer que ela não é legal, ai pensou que tem o legitimo e o legal”, analisou.
Francisco Lima, que é coordenador do Curso de Filosofia da Faculdade de Educação Santa Teresinha (Fest), jornalista e com várias pesquisas antropológicas desenvolvidas, disse que os animais morrem mais em acidentes nas rodovias e sacrifícios por passarem necessidade do que por práticas como a vaquejada.
“Eu penso eu tirar a vaquejada é violência. Ela passa como, segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, como é uma violência simbólica porque as pessoas vao atender a uma lei daquilo que não é a aspiração delas”, analisou.
O pesquisador, também, lembrou que os prejuízos financeiros causados pelo fim da vaquejada no Brasil são altos.
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