Pesquisa

Estudante de Filosofia do RN quer demonstrar a existência de Deus

O projeto de pós- graduação na UFPB, será concluído em dois anos.

João Rodrigues/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36

IMPERATRIZ – Tão antigo quanto a história da Filosofia e, longe de chegar ao fim, o debate sobre a existência de Deus ganhou forma em um projeto de Mestrado em Filosofia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que será defendido por um estudante do Rio Grande do Norte. O acadêmico Francisco de Assis Mariano, 23 anos, terá dois anos para desenvolver a pesquisa e escrever a dissertação em que pretende demonstrar que Deus existe. ­

 Estudante Assis Mariano quer demonstrar a existência de Deus, em projeto de pós- graduação da Universidade Federal da Paraiba (UFPB). (Foto: Divulgação/ Facebook)
Estudante Assis Mariano quer demonstrar a existência de Deus, em projeto de pós- graduação da Universidade Federal da Paraiba (UFPB). (Foto: Divulgação/ Facebook)

Formado em Relações Internacionais pela Universidade Potiguar (RN), com intercâmbio de 1 ano na Universidad Europea de Madrid (Espanha), Assis Mariano teve seu projeto de pós- graduação em Filosofia aprovado em agosto de 2015.

“Na verdade sempre fui interessado pelo debate sobre existência de Deus, e uma vez que pretendo seguir a carreira acadêmica decidi fazer um mestrado em Filosofia com uma pesquisa nesse assunto”, explica o pesquisador, em entrevista ao Imirante Imperatriz por meio de uma rede social.

A escolha do tema acerca da probabilidade da existência de Deus no trabalho de um professor da Universidade de Oxford – Richard Swinburne - , tem alguma influência religiosa, em especial com seus estudos em Filosofia da Religião, mas o jovem pesquisador garante que nesse projeto está atuando com isenção absoluta.

O professor e doutor em Filosofia Joedson Marcos Silva, lotado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campi de Imperatriz, lembra que a existência ou inexistência de Deus são temas em discussão desde a origem da Filosofia, na Grécia Antiga, no século VI a.C. e continua em aberto.

 Joedson Marcos Silva, com graduação, mestrado e doutorado em Filosofia e professor da UFMA, diz que temas relacionados a Deus são debatidos há muito tempo. (Foto: João Rodrigues/ Imirante Imperatriz)
Joedson Marcos Silva, com graduação, mestrado e doutorado em Filosofia e professor da UFMA, diz que temas relacionados a Deus são debatidos há muito tempo. (Foto: João Rodrigues/ Imirante Imperatriz)

“A gente costuma dizer que ao, contrário das científicas, essa questão continua em aberto. Mesmos os filósofos de igual gabarito, que se dedicam ao assunto têm posições, as vezes, conflitantes”, observa Joedson Silva. Ele lembra que há filósofos teístas e ateus e não é a autoridade filosófica deles que vai definir quem tem razão nesse assunto.

De acordo com o professor da UFMA, as questões filosóficas são diferentes das demais por uma questão lógica: “não é uma questão que pode ser resolvida no laboratório, com métodos científicos e nem com cálculos matemáticos, é filosófica, tem a ver com nossas crenças”.

Debates

As discussões sobre a existência de Deus vem ganhando mais espaço nos dias atuais. Em agosto de 2014 estreou nos cinemas brasileiros o filme Deus não está morto (God’s Not Dead) do diretor Harold Cronk. Na produção, de cunho religioso, ficam frente a frente um calouro de Filosofia de uma conceituada universidade norte-americana e um professor teísta e antiteísta que em forma de júri debatem sobre o tema e o estudante convence os jurados no final.

O tema, também, é recorrente nas universidades dos Estados Unidos.

“As pessoas têm lido mais sobre o assunto, tem se informado mais sobre esse assunto e eu acho que há um engajamento nas duas frentes: naquela que defende o ponto de vista teísta quanto no movimento ateu também. Há até um engajamento muito forte e contundente atualmente”, diz o professor da UFMA, que aponta outros questionamentos a respeito de Deus, mas não toma partido.

O professor lembra que na própria universidade surgiu um grupo que criou a Associação de Ateus e Agnósticos de Imperatriz.

“O que eu posso observar e que esse é definitivamente um assunto pouco estudando no país mas que aos poucos vem se desenvolvendo e a religião ou Deus são sim questões da filosofia analítica que não podem ser ignoradas”, conclui Assis Mariano, que é natural de Natal (RN).

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