Pesquisa

Em média, o ser humano está cada vez mais alto

A estatura humana aumentou até 10 centímetros.

Imirante Imperatriz,com informações da assessoria da BBC

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
Com 2,72 metros, Robert Wadlow foi o homem mais alto que já viveu.
Com 2,72 metros, Robert Wadlow foi o homem mais alto que já viveu. (Foto: Divulgação)

MUNDO - A Humanidade passou por grandes transformações nos últimos 150 anos. A população global passou de 1 bilhão para mais de 7 bilhões de pessoas e, nos países desenvolvidos, a expectativa média de vida subiu dos 45 anos em meados do século 19 para cerca de 80 anos hoje.

Entre as mudanças físicas está o fato de que boa parte da nossa espécie está mais alta do que nunca. A estatura média humana aumentou, nos países industrializados, até 10 centímetros.

Em termos de altura no último século, a Holanda se destaca, jovens rapazes têm, em média, 1,84 metro de altura, enquanto mulheres medem por volta de 1,70 metro – em média, 19 centímetros a mais do que os holandeses do século 19.

Por que o ser humano está mais alto? Será que essa tendência persiste ou vai parar? Perguntas como essas inspiraram John Komlos, professor de história econômica de uma universidade alemã. O professor estuda como a estatura média de uma população varia de acordo com suas condições econômicas e sociais.

A pesquisa revelou que os altos e baixos da estatura humana seguem as variações de dois fatores: a alimentação e a saúde geral, principalmente durante a infância. Se uma criança não tem comida suficiente disponível ou não consegue absorver nutrientes por causa de alguma doença, são menores suas chances de se tornar um adulto alto.

A História está repleta de exemplos da relação entre altura e saúde. No final do período medieval da Europa Ocidental, após a Peste Negra ter dizimado pelo menos 60% da população, os sobreviventes descobriram que tinham acesso à comida abundante e condições de moradia menos superpovoadas, o que ajudou a manter a doença sob controle.

Por isso, as pessoas puderam crescer a uma estatura relativamente alta. Os ingleses tinham, em média, 4 centímetros a menos do que seus compatriotas hoje. No século 17 a estatura chegou a um nível mínimo na Europa. O francês médio tinha apenas 1,62 metro de altura. Invernos gelados que reduziram a produtividade dos cultivos e, guerras em vários lugares, explica o fato.

A Revolução Industrial do século 18 também atrofiou a população. Mas na segunda metade do século 19, a convulsão social deu lugar a uma melhora da produção agrícola, no fornecimento de água, no saneamento básico e na prosperidade econômica.

Os europeus dispararam nas curvas de crescimento e se mantiveram assim por várias décadas. Em alguns países industrializados, principalmente nos Estados Unidos, o aumento da estatura desde o século 19 se estabilizou. Hoje, os homens americanos medem por volta de 1,76 metro e, as mulheres 1,63 metro, aproximadamente a mesma altura que a dos hippies que participaram de Woodstock há 45 anos, e bem atrás da média holandesa.

Como os europeus do norte passaram à frente dos americanos? O pesquisador acredita que a diferença está no acesso desigual à boa alimentação e, aos cuidados de saúde nos Estados Unidos em comparação com sistemas mais socializados em países desenvolvidos europeus.

Milhões de americanos não têm plano de saúde e não visitam médicos regularmente. As mulheres grávidas recebem pouca assistência nos Estados Unidos. Além disso, um terço dos americanos são obesos.

É claro que, assim como ocorre com quase qualquer traço humano, a genética desempenha papel enorme na estatura. Casais altos quase sempre geram filhos altos. Mesmo assim, o recente aumento na altura humana em determinadas populações não pode ser atribuída à evolução para selecionar genes mais altos.

Do ponto de vista darwiniano puro de organismos mais aptos que produzem mais descendentes, o que está acontecendo com o Homo sapiens moderno é exatamente o oposto: famílias pobres, menos saudáveis e, portanto, normalmente mais baixas tendem a ter mais filhos do que as famílias mais prósperas.

Em muitas culturas a altura é um sinal atraente. Essa qualidade também serve como um indicador confiável de potencial de renda de um indivíduo. Um estudo de 2004 descobriu que, para cada centímetro a mais acima da média, uma pessoa poderia esperar ganhar quase mil dolares a mais, por ano de trabalho.

Mas ser excessivamente alto pode ser um fardo. Elas também são mais propensas a certas doenças, como problemas articulares e cardiovasculares. Robert Wadlow, oficialmente o homem mais alto que já viveu, é um exemplo. Um distúrbio da glândula pituitária o fez atingir 2,72 metros de altura. E morreu por uma infecção aos 22 anos.

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