Semana Santa

Com as penitências, os católicos buscam a reflexão espiritual

Para fiéis, é um momento de reflexão, purificação e aproximação de Deus.

Alan Milhomem / Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h44
 Para os fiéis, a penitência é um momento de reflexão, purificação e aproximação de Deus. (Foto: Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz)
Para os fiéis, a penitência é um momento de reflexão, purificação e aproximação de Deus. (Foto: Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – Com o início da Semana Santa, na Quarta-feira de Cinzas, muitos católicos se privam de algo que gostam muito para cumprir penitência durante a quaresma. Deixar de comer doces, carnes vermelhas, eliminar bebidas do cardápio estão entre as privações mais comuns. Mas a penitência vai além, para os fiéis é um momento de reflexão, purificação e aproximação de Deus.

A jornalista Ângela Barros deixou de comer doces e carne vermelha, além de não tomar refrigerante durante a quaresma. Para ela, deixar de consumir o que gosta muito é uma forma de obediência e sacrifício.

“Sempre fui muito católica, aprendi na igreja como viver cada tempo litúrgico, mas para além disso, faço minhas penitências como forma de desprendimento, reflexão do que seja realmente esse período. Desde o monte onde Jesus foi preso até ao monte onde ele foi crucificado. Me abster um pouco do que gosto é uma forma de obediência e sacrifício”, conta.

De acordo com o padre Agenor Mendonça, da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, a penitência é sempre um caminho que Deus propõe, através da igreja, para a purificação das más tendências seguidas pelas pessoas. “É uma purificação daquilo que pode ser contra a dignidade do ser humano, contra o bem maior que é a vida do ser humano”, diz.

As penitências também são formas de fortalecer a espiritualidade. Segundo o padre, o jejum, por exemplo, é um esvaziar de si para encher-se de Deus. “A penitência nos purifica dessas más tendências, nos mostra um caminho melhor pra vencer esses pecados”, garante.

 É durante as confissões que muitos fiéis recebem as penitências. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
É durante as confissões que muitos fiéis recebem as penitências. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

Para o sacerdote, nesse período da quaresma e Semana Santa, é preciso fazer uma faxina geral no corpo, e isso é feito, também, com as penitências. “Agora, para viver a Páscoa e a ressureição de Jesus, é preciso fazer uma faxina geral no corpo, na tua mente, no teu espírito. Verificar aquilo que não está de acordo com a vontade de Deus, aquilo que você escondeu durante o ano. É o tempo de parar mais, de refletir mais sobre teu ser, tua pessoa com relação ao irmão, com relação a tua obrigação cristã”, destaca.

Durante as penitências, segundo Ângela Barros, não é tempo de sofrer novamente, mas de refletir, comungar do verdadeiro sentido da Páscoa para os católicos, que é a crucificação e a ressurreição de Jesus.

“O processo em si não nos faz próximo de Deus, mas a reflexão sim. Quando penso em Deus, em toda a trajetória vivida por Jesus, medito isso de forma profunda, revejo minhas atitudes, faço uma releitura e vejo o que de bom e mau realmente estou fazendo. Para os verdadeiros cristãos, isso tem um valor, tem um sentido: o da mudança pessoal, de espírito, de alma”, afirma a jornalista.

Católico fiel, o tecnólogo em redes de computadores Igor Henrique diz que sempre faz penitência para se guardar, se preservar e viver a Páscoa. “É abrir mão de algo para vivermos o verdadeiro sentido da Páscoa, que é a ressureição de Jesus”, ressalta.

Igor lembra, ainda, que é durante a quaresma que a Igreja Católica realiza a Campanha da Fraternidade, ação em que a igreja trabalha com os fiéis e a sociedade um tema específico, de relevância social. Este ano, a campanha tem como objetivo aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a igreja e a sociedade como serviço ao povo brasileiro. A missão da igreja de levar a palavra a cada pessoa.

“Quando Jesus vai para o deserto, ele vai guiado pelo Espírito Santo, e nós, também, passamos esse período pensando nisso e guiados pelo Espírito Santo. Todos os católicos sabem disso, a quaresma é um período de conversão”, finaliza Igor.

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