Dia Internacional da Mulher

Mulheres empreendedoras aquecem o mercado de trabalho em ITZ

Elas representam 43% dos empreendedores de todo o Brasil.

Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h45
 Anna Paula é uma das referências na venda de bolos na cidade. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)
Anna Paula é uma das referências na venda de bolos na cidade. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)

IMPERATRIZ – Ao chegar à casa de Anna Paula Lira, o primeiro cheiro sentido é doce. Cheiro de bolo. Em um ano e seis meses, a advogada, e empresária, se tornou referência em Imperatriz na venda de bolos e tortas, que são produzidos em sua própria residência.

E ela não está sozinha. Em todo o Brasil cerca de 43% dos empreendedores são mulheres, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso de Anna Paula, a sua inserção nessas estatísticas veio como uma forma de complementar a renda da família, que estava no sufoco. Ela e o marido decidiram transformar o hobby em lucro e viram bons resultados já na primeira semana.

“Nunca tive a ideia de vender, fazia bolo pra família, pra festas com amigos, essas coisas. Aí, a gente começou a passar por dificuldades financeiras e pensamos, ‘por que não fazer bolo pra vender?’ Na primeira semana já deu certo”, fala.

 O negócio começou somente com a advogada e o marido, e hoje conta com 12 funcionários. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)
O negócio começou somente com a advogada e o marido, e hoje conta com 12 funcionários. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)

O negócio, que começou com ela e o marido, hoje conta com 12 funcionários (10 são mulheres) e há planos de construção de uma fábrica. Segundo a empresária, um dos grandes diferenciais nos seus produtos é justamente o toque feminino, a presença da sensibilidade e cuidado na decoração e em todos os doces fabricados em sua cozinha.

De acordo com o economista Diego Maciel, as mulheres tem conquistado espaço não só na área empresarial, como em todo o mercado de trabalho, por conta de características que fazem a diferença.

“Alguns fatores explicam isso (a participação ativa no mercado de trabalho), como a luta pela igualdade, o que faz a mulher encarar os desafios com mais garra. Um exemplo: as montadoras de veículos que estão vindo para o nordeste dão preferência para elas, porque elas são mais detalhistas”, explica.

O economista fala, também, do fator de as mulheres terem que se tornar as “chefes da casa”. A jornada dupla não é fácil. Anna Paula conta que, no começo, teve muita dificuldade em conciliar os papéis de mãe, esposa, dona de casa e empresária.

 Por semana, Anna Paula vende, aproximadamente, 300 bolos e 1.500 tortas. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)
Por semana, Anna Paula vende, aproximadamente, 300 bolos e 1.500 tortas. (Foto: Arquivo Pessoal/ Anna Paula Lira)

“Eu tive muita dificuldade, por que como só era eu e meu marido na cozinha, a gente que fazia tudo. Eu passei por muitos problemas, porque ser mãe de três filhos, esposa e eu tinha, ainda, as obrigações da minha casa e o mercado de trabalho que é muito concorrente... Eu creio que só consegui superar isso com Deus”, conta Anna Paula.

E superou bem. Hoje o negócio da Anna Paula, que funciona em uma tenda, vende em torno de 300 bolos e 1.500 tortas por semana.

Trabalho informal

A posição de provedora da casa leva muitas mulheres a tomar conta do próprio negócio, também, de maneira informal. Dos 44,2 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no Brasil, 45,2% são mulheres – a maioria, se comparado aos 43,2% de homens –, segundo dados de 2012 do IBGE.

Esse é o caso da camelô Eureni Ferreira, que trabalha como vendedora informal há mais de nove anos. Ela conta que sempre trabalhou por conta própria, pois não precisa receber ordens.

 Com a venda informal de diversos artigos, Eureni cosegue sustentar os três filhos e o marido. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)
Com a venda informal de diversos artigos, Eureni cosegue sustentar os três filhos e o marido. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)

“A gente tem as coisas da gente e não precisa ficar se humilhando e recebendo ordens dos outros. Nunca quis ter trabalho com carteira assinada”, afirma Eureni.

Ela tem três filhos e é a principal fonte de renda da casa onde mora. Por mês, consegue faturar em torno de um salário mínimo, com a venda de produtos diversos, como brinquedos e utilidades domésticas. Mas nem sempre o lucro é certo.

“Aqui depende muito do período, tem vez que dá de tirar um dinheiro bom, tem vez que não”, fala a vendedora, com um sorriso no rosto. Apesar das eventuais dificuldades, Eureni é feliz com o trabalho e tem a garra feminina para levar a comida para mesa de casa todos os dias.

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