Morador de Rua

A vida de moradores pelas ruas de Imperatriz

Mauro Teixeira, de 32 anos, vive há cinco anos nas ruas.

Diana Cardoso / Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h48
 A dependência química, seguinda do desemprego e o abandono familiar, são alguns fatores que leva um indivíduo a morar nas ruas. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)
A dependência química, seguinda do desemprego e o abandono familiar, são alguns fatores que leva um indivíduo a morar nas ruas. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – Em Imperatriz, existem diversas pessoas que moram pelas ruas da cidade e que, mesmo com muitas dificuldades, não perdem a esperança de mudar de vida, voltar para próximo da família e até da cidade de origem.

Mauro Teixeira dos Santos, de 32 anos, mede 1,69m e 50 kg. Ele já teve muitos endereços em Imperatriz, mas não exatamente, um lar. Há mais de cinco anos ele vive nas ruas. Atualmente dorme numa calçada de uma empresa de comunicação no centro da cidade.

 Mauro Teixeira dos Santos, de 32 anos, natural de Pastos Bons, ele perdeu os pais muito cedo e ficou desamparado. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)
Mauro Teixeira dos Santos, de 32 anos, natural de Pastos Bons, ele perdeu os pais muito cedo e ficou desamparado. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)

Nascido e criado no município de Pastos Bons, não conheceu o pai e perdeu a mãe quando ainda era criança. Concluiu até a 6ª série do ensino fundamental, mas parou para trabalhar e ajudar nas despesas de casa. Ele diz não ser usuário de drogas nem bebida alcólica.

Depois que sua mãe morreu, Mauro resolveu vir para Imperatriz e passou a viver nas ruas. “Mãe não tenho mais, ela morreu, fui criado sem pai. Quando cheguei aqui em Imperatriz, fiquei no hotel, acabou o dinheiro e passei a dormir nas ruas. Estudei só até a 6ª série, tive que trabalhar desde pequeno, capinava, fazia uma coisa aqui e outra para as pessoas”, relata.

Mauro Teixeira conta que tem um irmão que mora em sua cidade natal e deseja reencontrá-lo. “Tenho um irmão que mora em Pastos Bons, já fiz de tudo, serviço braçal mesmo, ajudante de pedreiro, garçom, mas nunca de carteira assinada. De documentos só tem o RG, que deixo guardado na casa de um conhecido, próximo ao local "Pé de Macaúba”, ressalta.

 Mauro pede ajuda para comprar comida e dorme na calçada de um emissora de Imperatriz. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)
Mauro pede ajuda para comprar comida e dorme na calçada de um emissora de Imperatriz. (Foto: Diana Cardoso/ Imirante Imperatriz)

Sobre a rotina, ele conta que passa o dia inteiro nas ruas, já tentou arrumar um emprego, mas diz que as pessoas em Imperatriz têm preconceito. “Quando estou com fome peço ajuda nos restaurantes, nas casas. Por não conhecer direito, as pessoas têm medo de eu ser usuário de drogas, acham estranho, e às vezes saem de perto e não ajudam”, lementa.

Quando questionado sobre o que queria naquele momento, ele diz: “Queria voltar para minha cidade, encontrar meu irmão e comer, estou com muita fome. Se conhecer alguém e puder me dá o que comer. Jantei ontem, tem dia que passo o dia todo sem comer”, conta.

Segundo a assistente social Nayara Januário Costa, vários motivos podem contribuir para que um indivíduo passe a perambular pelas ruas, mas o maior causador de moradores de rua é a dependência química, o vício em drogas como o álcool e crack, seguindo do desemprego, abandono familiar ou até falta da família, a situação econômica, o desajuste social, e até problemas psicológicos.

“A maioria dos casos de pessoas que entram no mundo das drogas, fé por causa da dependência química, estrutura familiar, e principalmente ao vicio, que cortam os laços com parentes, separação, perdem alguém da família. Enfim, estas pessoas já não veem pespectativas em suas vidas e se encontram fora do contexto social, sem esperanças ou sonhos”, afirma a assistente social.

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