Saúde

"Já são 23 anos com o HIV", diz portador do vírus

Programa notificou 75 novos casos em 2014.

Tátyna Viana/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
 L.G.N. 43 anos. (Foto: Reprodução/TV Mirante)
L.G.N. 43 anos. (Foto: Reprodução/TV Mirante)

IMPERATRIZ – L.G.N. 43 anos. Tapeceiro. Pai de quatro filhos. Portador do vírus HIV há 23 anos. O pedido para manter a identidade preservada, também, se reflete no receio de mostrar o rosto e resistência em ser fotografado. Tudo por consequência do preconceito enraizado na sociedade e, para, poupar a família de qualquer constrangimento.

Ele descobriu que era portador do vírus da Aids há duas décadas e leva a vida de forma tranquila. A mulher ,também, foi infectada e morreu por problemas de saúde. O diagnóstico do HIV no casal veio em uma das gestações.

L.G.N trabalha no próprio negócio, em expediente normal, mas precisa ter cuidados, um deles indispensável. A medicação que o portador toma é contínua e a suspensão por apenas um dia pode trazer sérias reações, porque as células do HIV também continuam infectando outras células vizinhas, e a multiplicação do vírus no organismo diminui a habilidade do corpo em combater infecções.

“Não é mais como na década de 80, quando foi descoberto esse vírus no Brasil e as pessoas já pensavam logo que iriam morrer. Mas eu dependo pro resto da vida da medicação. Se não tomo me sinto fraco, indisposto, cansado, além de outros sintomas. Hoje tenho hábitos de vida mais saudáveis e há mais de 20 anos vou levando. Já são 23 anos com o HIV(sic)”, relatou o portador.

Em Imperatriz, o primeiro passo do diagnóstico do HIV/Aids é feito no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funciona no Complexo de Saúde do Parque Anhanguera. Toda a medicação para o tratamento é disponibilizada pelo Ministério da Saúde.

 (Foto: Reprodução/TV Mirante)
(Foto: Reprodução/TV Mirante)

A psicoterapeuta Venúzia Milhomem relembra que a Aids não tem cura, mas o tratamento é um caminho seguro, para uma vida longa.

“Não é uma sentença de morte, é possível ter uma vida longa. Mas é muito importante, também, que ao descobrir que é portadora do vírus essa pessoa procure um acompanhamento psicológico”, destacou.

Programa DST/Aids

O programa de DST/Aids em Imperatriz tem 1.448 pacientes notificados desde os anos 90, quando foi instituído na cidade. A maioria dos portadores ainda faz o acompanhamento. Vale ressaltar que esse número inclui moradores de toda a Região Tocantina.

De janeiro a setembro deste ano, a coordenação diagnosticou 75 novos casos, 47 portadores são de Imperatriz.

O vírus

O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico. A medicação usada para tratamento é chamada antirretroviral, mas ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids.

Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, só que podem transmitir o vírus para outras pessoas, pelas relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho, durante a gravidez e amamentação.

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