Dia das Mães

"É um papel de mãe", afirma cuidadora sobre seu trabalho

Vinte cuidadoras tomam conta de 29 internos na Casa da Criança de ITZ.

Alan Milhomem / Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54

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IMPERATRIZ – “É um papel de mãe. Somos mães para essas 29 crianças”, essa é a definição do trabalho de Maria Gorete Batista que, atualmente, é vice-coordenadora da Casa da Criança, mas há cinco anos trabalha como cuidadora social na instituição. Um trabalho que, para ela, é muito gratificante.

“Eu digo que moro aqui e durmo em casa. O trabalho aqui é muito gratificante. A gente se apega, chora quando uma vai embora, sente saudades. Mesmo sabendo que elas vão ficar por um tempo determinado aqui, não tem como não se apegar, pois, o sentimento de mãe é muito grande”, conta.

São doze horas por dia, em regime de plantão, que vinte cuidadoras sociais se revezam para dar conta de 21 meninas e oito meninos, entre zero e oito anos, que vivem na Casa da Criança de Imperatriz.

Além dos cuidados com a alimentação e saúde, atividades lúdicas e educativas são realizadas com os internos, mas o cuidado vai além.

“Quando eu chego em casa eu acabo olhando as fotos delas. Sempre há aquela preocupação. Será que estão sentindo dor? Será que estão dormindo? Isso mesmo sabendo que tem as outras cuidadoras aqui, mas a gente se preocupa”, afirma Gorete.

“As vezes estou deitada e ligo para a outra colega para saber como eles estão. Como dormiu, como passou o dia quando eu não estou de trabalho. É a preocupação de mãe”, completa a cuidadora Elziane Araújo Sousa, que há mais de três anos trabalha no berçário.

 “Mesmo sabendo que elas vão ficar por um tempo determinado aqui, não tem como não se apegar’, diz Gorete. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
“Mesmo sabendo que elas vão ficar por um tempo determinado aqui, não tem como não se apegar’, diz Gorete. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças devem permanecer no abrigo por no máximo dois anos, mas algumas acabam passando desse prazo. E quando algum dos internos deixa a casa, o choro é quase inevitável.

“Quando é levada fica aquele vazio. A gente chora, mas ao mesmo tempo fica feliz por saber que elas vão para uma família, que serão bem cuidadas. A gente fica aqui só lembrando. Eu trabalho aqui há mais de três anos e lembro o nome de cada uma”, garante Elziane.

E com a proximidade do Dia das Mães, um sentimento é comum entre as cuidadoras. “Que as mães cuidem bem dos seus filhos, que os amem, porque quando ela cuida bem deles não chega ao ponto deles vir parar aqui em um abrigo”, diz Gorete. “Eu queria era que todas as mães tivessem responsabilidade e cuidassem bem dos seus filhos”, finaliza lziane.

 Elziane trabalha há mais de três anos no berçário. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
Elziane trabalha há mais de três anos no berçário. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

Casa da Criança

O abrigo conta com 33 funcionários e uma equipe multiprofissional, entre enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, para atender os internos. Os profissionais trabalham para garantir uma vida normal para as crianças que são retiradas das famílias por algum risco social. As crianças que não têm a situação resolvida até os oito anos, são encaminhadas para a Casa de Passagem (meninos) ou Casa Lar (meninas). A Casa da Criança é mantida pela Prefeitura em parceira com Vara da Infância e Juventude.

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